Na apresentação dos candidatos do movimento independente que lidera na corrida a um terceiro mandato consecutivo na Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira ponderou os efeitos da pandemia e manifestou "uma enorme preocupação" com a economia da cidade.
Corpo do artigo
No mesmo dia, esta quinta-feira, em que o Governo anunciou mais restrições sanitárias no combate à pandemia, Rui Moreira contornou a questão: "Quem sou sou eu? Num país com tantos especialistas, não é o presidente da Câmara do Porto que tem de se pronunciar sobre essa matéria. Apenas manifesto uma enorme preocupação, porque a pandemia tem consequências muito duras no emprego na cidade do Porto, nos pequenos negócios, e estas medidas agora anunciadas têm impacto".
E se lhe verificam a relação dos festejos de S. João com subida da incidência da pandemia na região do Porto, Moreira responde: "S. João? Estão a perguntar-me se esta situação começou no Porto? Sabemos como a situação estava e onde estava há três semanas. O S. João foi o S. João. Aquilo que nós verificamos foi que os portuenses, na sua esmagadora maioria, festejaram com moderação. Foi o que também reportou a comunicação social. A população do Porto festejou com consciência e com ponderação das recomendações que foram feitas por mim e também pelo presidente da Câmara de Gaia".
O presidente da Câmara do Porto abordou, ainda, a questão dos parques de diversão abertos na cidade: "E permanecerão abertos até 18 de julho. A não ser que as autoridades sanitárias, designadamente o ACES ocidental se pronuncie de forma diversa. Foi o ACES que permitiu a abertura dos parques até dia 18, com reforço policial, o que tem sido feito, e será o ACES a decidir. Isso não compete ao presidente de Câmara. A abertura dos parques foi deliberada pelo Executivo Municipal por unanimidade, na condição de o ACES dar parecer favorável, que deu".
"Os próximos quatro anos - continuou Rui Moreira - não serão para brincadeiras. Serão fundamentais para a afirmação do Porto, para a manutenção da economia da cidade e para recriar emprego, depois da perda de emprego com que fomos confrontados e com que ainda estamos a ser confrontados com a pandemia. Vamos continuar a exigentes, não para fazer obras faraónicas, mas para olhar pelas pessoas. É isso que vamos continuar a fazer, a procurar ajudar as famílias".
Ao final da tarde desta quinta-feira, o presidente da Câmara recolheu os aplausos dos apoiantes que foram ao Parque do Covelo assistir à apresentação dos candidatos e apelou à mobilização do movimento independente, desde logo na recolha de assinaturas, "um problema que os partidos não têm".
Recorde-se que a candidatura liderada por Rui Moreira, como a de todos os grupos de cidadãos independentes a órgãos autárquicos, chegou a estar comprometida, devido a alterações introduzidas à Lei Eleitoral Autárquica, em julho de 2020 e só recentemente revogadas na Assembleia da República.
Para já foram apresentados os candidatos às Juntas. Tiago Mayan é o nome mais sonante da lista de "Rui Moreira - Aqui há Porto". O concorrente às últimas eleições presidenciais candidata-se em Nevogilde. Sofia Maia (Lordelo do Ouro/Massarelos), Nuno Cruz (Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, S. Nicolau e Vitória), João Aguiar (Bonfim), Paulo Silva (Paranhos) e Patrícia Rapazote (Ramalde). "Aqui há Porto" só não apresenta candidato em Campanhã, "em reconhecimento pela cooperação" com o atual presidente da Junta, o socialista Ernesto Santos.
A recandidatura de Rui Moreira para um terceiro mandato tem apoio anunciado do CDS-PP, da Iniciativa Liberal (IL), do Nós, Cidadãos!, do MAIS - Movimento de Cidadania Independente e do MPT - Partido da Terra.
Para além da recandidatura de Rui Moreira, são já conhecidas as candidaturas de Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Vladimiro Feliz (PSD), Diogo Araújo Dantas (PPM), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), André Eira (Volt Portugal) e António Fonseca (Chega).