Sebastião Bugalho quer instituir “direito a ficar” nos territórios do interior
Sebastião Bugalho, candidato da Aliança Democrática (AD) às eleições europeias, quer pôr na agenda da Europa o "direito a ficar” no interior.
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“O relatório Letta fala do direito a ir e circular, mas é preciso também que exista o direito a ficar”, afirmou Sebastião Bugalho, referindo-se aos problemas do despovoamento do interior do país, nomeadamente do distrito de Bragança, onde esteve esta manhã de segunda-feira. A desertificação preocupa o candidato, que diz não ser possível combatê-la “sem criar emprego e fixar pessoas, porque ninguém fica onde não há trabalho e salários”.
“Estamos a percorrer o país de Norte a Sul, ontem estivemos em Castelo Branco e em Santarém, hoje em Bragança, e venho a um pólo universitário onde encontro jovens da Europa toda, a sorrir, com o espírito europeu", referiu à margem de uma visita ao Europe Direct Bragança, onde foi recebido por um grupo de jovens de vários países da Europa, a quem apelou ao voto nas europeias. Bugalho prometeu “o reforço da coesão territorial, criando emprego e competitividade nos concelhos e nos distritos” interiores.
"Sei que o Parlamento Europeu, muitas vezes, é esquecido, as pessoas acreditam na Europa, mas não têm a mesma crença no parlamento, por isso é muto importante apelar ao voto na Europa”, explicou o candidato da AD, sublinhando a importância do "projeto europeu".
A candidatura de Direita, que se vai encontrar com agricultores da zona do Douro esta segunda-feira, também aposta na simplificação e desburocratização do acesso aos fundos europeus, para valorizar a agricultura. “Queremos que seja uma profissão de futuro. A utilização de novas tecnologias e Inteligência Artificial para desenvolver a agricultura do futuro, mais inclusiva e mais sustentável, está no nosso programa”, destacou Sebastião Bugalho, que quer “ouvir as pessoas antes de aplicar medidas”.
Para reforçar a economia local, propõe a criação do lugar de comissário na Comissão Europeia, “totalmente dedicado à desburocratização e às Pequenas e Médias Empresas (PME), que constituem mais de 90% do tecido empresarial português, e do europeu também".
O candidato da Aliança Democrática também dedicou espaço da campanha de hoje à questão da execução dos fundos europeus, que é "uma responsabilidade dos governos", destacando a preocupação em "preparar Portugal na Europa para os fundos do futuro". "Sabemos que o que vem aí não vai ser fácil e temos de defender o país no próximo quadro financeiro plurianual, porque pode ser a última negociação antes do quadro antes do próximo alargamento da União Europeia", assinalou.