Portugal foi o 9.º país da União Europeia e o 13.º país da Zona Euro onde os preços dos alimentos mais subiram nos últimos 12 meses, contabilizou o gabinete de estatísticas da União Europeia (Eurostat). Excluindo os países do Leste europeu que estão a ser os mais afetados pela escalada de preços decorrente da guerra, Portugal é o país onde os alimentos ficaram mais caros.
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Entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, o Eurostat registou um aumento de 20,6% nos preços dos alimentos e bebidas não alcoólicas em Portugal. O valor está acima da média da União Europeia (18%) e da Zona Euro (16,3%), ficando ainda à frente de países como Espanha, França ou Alemanha
A evolução do preço médio da comida e das bebidas não alcoólicas é condicionada pela escalada do preço de centenas de produtos. O Eurostat analisou as categorias em que a inflação mais se fez sentir e, no caso de Portugal, lideram o açúcar (subiu 62%), os ovos (mais 46%) e o arroz (39,1%).
Praticamente todos os produtos básicos do cabaz alimentar inflacionaram na ordem dos dois dígitos no último ano, com destaque para o pão e cereais (21%), batatas (35%), óleos (34%), manteiga (32%) e azeite (31%).
Destaque, ainda, para dois países que estão fora da União Europeia e da Zona Euro, mas que estão económica ou politicamente próximos de Portugal, como a Suíça ou os Estados Unidos. Nestes, a inflação na alimentação foi de 5,8% e de 11,3%, respetivamente.
Deco conseguiu poupar até 80% por produto
A Deco Proteste comparou os preços de 16 tipos de alimentos disponíveis e obteve uma poupança de 40 euros num cabaz pouco superior a 100 euros.
Ultracongelados mais baratos do que frescos
Os legumes ultracongelados são sempre mais baratos do que os frescos ou os prontos a usar. Os espinafres chegam a ser 80% mais baratos, dependendo do supermercado e o exercício aplica-se a outros legumes, como brócolos, ervilhas e alho-francês.
Cogumelos inteiros mais em conta
Os cogumelos inteiros frescos conservam-se mais tempo do que os laminados. Se a opção for a versão embalada, os inteiros são ligeiramente mais baratos também. Se quiser mesmo cogumelos laminados, a versão ultracongelada chega a ser três vezes mais barata e conserva-se mais.
Peixe fresco custa menos do que congelado
Ao contrário dos legumes, o peixe fresco sai quase sempre mais barato do que o ultracongelado. Os lombos de salmão chegam a ser 20% mais baratos se forem frescos. Se quiser ter postas de reserva, é preferível comprar na peixaria e congelar com anotação da data. O prazo de validade é de três meses para espécies gordas, como o salmão, atum ou sardinha, e seis meses para espécies magras, como a pescada, a dourada ou o linguado.
No feijão e no grão, a conserva é mais cara
O feijão ou o grão em conserva é mais prático, mas mais caro. O ideal é comprar seco e preparar em casa: demolhar durante 12 horas e depois colocar em água a ferver por 45 minutos (ou 15 minutos em panela de pressão). Se preferir mesmo conserva, opte por frascos de vidro que são mais baratos que latas.
Alhos e cebolas inteiros melhores que picados
Os alhos e as cebolas já picados poupam tempo na cozinha, mas também são mais caros. Mais vale, por isso, picá-los em casa e, se quiser, pode guardar uma parte e congelar.
Secos com casca têm preço mais baixo
Comprar os frutos secos inteiros com casca compensa. As nozes, por exemplo, chegam a ser 26% mais baratas do que o miolo vendido em metades, mesmo com a diferença de peso que a casca implica.
Embalagens maiores, mas atenção à data
Quase todos os produtos ficam mais baratos se comprados em embalagens familiares, mas há exceções. Atenção aos prazos de validade para não desperdiçar e compare sempre os preços por litro, por quilograma ou por unidade para perceber se está a comprar mais barato.
Comparar ao quilo, ao litro ou à unidade
O primeiro passo para poupar é comparar preços entre lojas. Ao fazê-lo, deve comparar o preço ao quilo, ao litro ou à unidade. Os supermercados são obrigados a disponibilizar este preço que normalmente está em letras pequenas.

