Setúbal reage à ascensão de Ventura: “Chega não traz nada mas cativa o voto de protesto”
CDU com o mesmo discurso de há 50 anos, AD com caras do tempo da troika e PS com aposta na continuidade estão entre as razões apontadas pela população para que o Chega tenha ficado em segundo lugar no distrito.
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O Chega subiu de quarto para segundo lugar em Setúbal, distrito que votava tradicionalmente à Esquerda. A fraca capacidade de captação de novos eleitores pela CDU “com o mesmo discurso de há 50 anos”, a forma como os comunistas lidaram com a guerra ao não apoiar publicamente a Ucrânia, mas também a escolha das caras que o PSD trouxe à campanha, fazendo lembrar os tempos da troika, são justificações encontradas pela população. Também o PS, ao escolher para líder Pedro Nuno Santos, foi entendido como um sinal da continuação da política contra a qual se protesta nas ruas.
Em Setúbal, o PS ganhou, mas o Chega tirou três deputados aos socialistas face às últimas eleições e a AD tirou um à CDU. BE, IL e Livre elegeram um deputado cada. Na cidade, antevê-se novas eleições a curto prazo. As várias pessoas com quem o JN falou não esperam que o PSD se coligue com André Ventura e acreditam que “não é não”.