Os sindicatos representativos dos professores voltam, esta quinta-feira, a sentar-se à mesa com o ministério da Educação. Uns admitem ter expectativas "baixas", outros mantêm a "esperança". Todos esperam que as contrapropostas apresentadas na última ronda negocial tenham sido acolhidas e que haja margem para "pôr na mesa negocial" temas como a contagem integral do tempo de serviço e o fim das vagas de acesso ao quinto e sétimos escalões. A reunião, que vai juntar a tutela e as estruturas sindicais numa mesa única, acontece um dia após o início dos serviços mínimos nas escolas.
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João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), assume que as expectativas para a reunião "são muito curtas". "O primeiro-ministro [na entrevista à RTP] limitou-se a confirmar aquilo que eram as propostas do ministério da Educação. Não tenho nenhum sinal que, da parte do ministério, haja algum acolhimento das nossas críticas e contrapostas. Isto falando só do tema dos concursos", referiu o dirigente sindical, mostrando ainda preocupação com outras matérias "que têm sido completamente esquecidas por ausência de verbas".
João Dias da Silva dá como exemplo a recuperação do tempo de serviço ainda congelado e a eliminação dos "constrangimentos de acesso ao quinto e sétimos escalões". "Nada disso, até agora, foi admitido pelo ministério da Educação para poder ser discutido", criticou.
A Fenprof também tem "linhas vermelhas" traçadas. Mário Nogueira admitiu ao JN que as expectativas para a reunião "são necessariamente baixas", tendo em conta que, ao início da tarde desta quarta-feira, ainda não tinha recebido qualquer proposta do ministério da Educação para analisar.
A Fenprof não aceita "ultrapassagens na vinculação, que os professores de quadro-escola passem a poder ser colocados em escolas de todo o quadro de zona pedagógica e que não fique previsto, ainda que de forma faseada, a contagem de todo o tempo de serviço". "Não nos peçam que possamos admitir que fica tempo por contar", disse.
Júlia Azevedo, do Sindicato Independente de Professores e Educadores pede a abertura de um outro processo negocial para resolver estas questões "antigas". Diz, ainda assim, ir para a reunião com "boas expectativas" e "esperança" de que a tutela "irá ceder em questões essenciais", tendo em conta a luta dos docentes.
Já o S.TO.P. fez uma proposta para que a reunião seja transmitida online, de forma a que todos os trabalhadores saibam o que está a ser negociado. Esperam ainda que haja mais questões abordadas, como os aumentos salariais.