
Joana Bordalo e Sá aconselha os clínicos a pedirem escusa de responsabilidades quando não conseguem aceder ao histórico clínico do doente
Foto: Arquivo
O sistema informático do Serviço Nacional de Saúde está com falhas desde esta quarta-feira ao final do dia, confirmou ao JN a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Joana Bordalo e Sá aconselha os clínicos a pedirem escusa de responsabilidades quando não conseguem aceder ao histórico clínico do doente.
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Joana Bordalo e Sá detetou na quarta-feira, ao final do dia, falhas no "SClínico" que é o sistema informático mais usado em todas as instituições. E, garante, que esta manhã ainda se registavam problemas.
"Como o 'SClínico' está em baixa nós não conseguimos ver o registo de saúde eletrónico. Há instituições que usam esse sistema para tudo, outras apenas para verem as informações do doente que vai a outros sítios do SNS como um centro de saúde", começa por explicar. A presidente da FNAM assegura que as falhas informáticas "acontecem com muita frequência" e põe em risco tanto a segurança do doente como o próprio ato médico.
"O que eu aconselho é que o médico entregue uma escusa de responsabilidade. É muito difícil tomar decisões se não conseguimos aceder ao histórico do doente. Aconselhamos os médicos a entregarem a escusa porque não podem ser responsabilizados por uma falha destas que põe em causa a segurança do ato médico", afirma Joana Bordalo e Sá.
Há cerca de um mês, recorde-se, o sistema informático do SNS esteve em baixo devido a uma atualização de software pela operadora NOS, na Rede Informática da Saúde, tendo os médicos ficado sem acesso, por exemplo, aos processos clínicos e impedidos de prescrever exames ou medicação.
A FNAM volta a responsabilizar a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e o primeiro-ministro Luís Montenegro pelas falhas e por não investirem na modernização.
"Os sistemas são lentos e estão sempre a falhar. Os computadores estão sempre a ir a baixo. Na minha consulta programada, durante a manhã, eu tenho de reiniciar o computador três, quatro, cinco vezes. Às vezes demora 10 minutos e eu tenho 20 minutos para ver um doente", insiste Joana Bordalo e Sá.


