José Sócrates nega afirmações do antigo ministro das Finanças Luís Campos e Cunha de que terá exercido "pressão" para demitir administração da Caixa Geral de Depósitos.
Corpo do artigo
O antigo Primeiro-Ministro José Sócrates negou, na tarde desta sexta-feira, ter exercido pressão para demitir a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) na altura em que estava à frente do Governo. E acusa Campos e Cunha de "atacar os seus antigos colegas" de governação.
5588496
Sócrates reagiu às declarações do antigo ministro das Finanças Campos e Cunha que, esta quinta-feira, ouvido na Comissão de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, revelou que terá sido pressionado pelo então Primeiro-Ministro para demitir a administração da CGD. "A relação com a CGD não teve um período de maturidade suficiente, porque estive apenas quatro meses no Governo. Desde o início, como ministro das Finanças, fui pressionado pelo primeiro-ministro [José Sócrates] para demitir o presidente da CGD e a administração da CGD", afirmou o ex-governante, que não acatou essas orientações.
No entanto, num comunicado enviado aos jornalistas, Sócrates garante que estas afirmações são "falsas e sem nenhuma correspondência com a verdade".
"Há anos que o Dr. Campos e Cunha aproveita os quatro meses da sua passagem pelo governo para atacar os seus antigos colegas. Considero tal comportamento desprezível e sempre o ignorei por não querer quebrar a regra que sigo de não comentar a vida interna do Governo a que presidi", começa por escrever o antigo Primeiro-Ministro, acrescentando que terá sido Campos e Cunha a querer afastar a administração da CGD: "Esclareço ainda que a vontade de substituir a referida administração sempre me foi manifestada pelo então Ministro das Finanças que, ao contrario do que agora é afirmado, na altura considerava que não estava a altura da missão do banco".
"Quanto às razões da sua exoneração do cargo de Ministro das Finanças, eu e todo o Governo da altura as conhecemos", remata o comunicado.