Setenta trabalhadores da Sonae na Plataforma Logística da Azambuja deram positivo para o novo coronavírus, revelou, esta quinta-feira, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas.
Corpo do artigo
12221651
Na conferência de imprensa diária de balanço da pandemia em Portugal, Graça Freitas sublinhou que todos os infetados se encontram bem, "são jovens e saudáveis", tendo a empresa já tomado medidas para garantir distanciamento social entre os trabalhadores. No total, foram feitos 339 testes aos trabalhadores da empresa.
A responsável pela DGS sublinhou ainda a estreita colaboração entre a empresa e as autoridades de saúde, no combate a este foco da doença. Por precaução, estão a ser realizados testes entre as famílias da região, mas os testes deram negativo. Parte dos trabalhadores da plataforma logística não moram na zona ou então vivem em alojamentos conjuntos.
Numa resposta escrita enviada à Lusa, fonte da Sonae MC ressalvou que a empresa já implementou um conjunto de medidas para "minorar este problema", nomeadamente o desfasamento dos horários dos turnos e a duplicação de autocarros que transportam os trabalhadores até ao armazém.
"Apenas um terço dos nossos colaboradores usa comboios e já estamos a reforçar, há várias semanas, o serviço de autocarros", adiantou a empresa.
Além destas medidas, a Sonae mede a temperatura a todos os trabalhadores "antes de darem entrada em qualquer instalação dos entrepostos" e reforçou a entrega de máscaras e a higienização das instalações e veículos de transporte de mercadorias.
Mais de três mil profissionais de saúde infetados
Na conferência de imprensa, o secretário de Estado da Saúde, António Sales, revelou que há 3317 profissionais de saúde infetados, 480 médicos, 1088 enfermeiros, 935 assistentes operacionais, 159 assistentes técnicos e 105 técnicos superiores de diagnóstico. Destes, 1071 já recuperaram,
Retoma da normalidade nos hospitais
Sobre a retoma da atividade assistencial no Serviço Nacional de Saúde, António Lacerda Sales disse não ter uma previsão sobre os meses necessários para recuperar as consultas, exames e cirurgias que deixaram de ser realizados devido à covid-19.
Será dada prioridade à capacidade do SNS em responder a esta necessidade e só depois se recorrerá aos parceiros convencionados.
O político terminou a sua intervenção inicial na conferência lembrando que a prevenção "continua a ser a única vacina de que dispomos.
Testes serológicos
Os testes serológicos feitos por entidades como hospitais, instituições académicas, autarquias ou clubes de futebol, serão "tidos em conta" para "uma avaliação da imunização da população" portuguesa face à covid-19,.
"Temos o nosso projeto piloto que abrange cerca de 2.000 pessoas, um estudo coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, mas obviamente que todos os restantes estudos e testes em diferentes segmentos serão importantes para uma avaliação da imunização da população no futuro", disse António Lacerda Sales durante a conferência de imprensa diária sobre a pandemia covid-19 em Portugal.
Lacerda Sales frisou que as iniciativas levadas a cabo por várias instituições serão "muito importantes" para "efeitos de acompanhamento epidemiológico" e, ainda que sem precisar em que moldes e como, disse que estes testes serão alvo de atenção a nível central. "Serão com certeza tidos em conta para uma avaliação da imunização da população", referiu.
Atrasos no pagamento às instituições sociais
O secretário de Estado da Saúde admitiu atrasos no pagamento às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que integram a Rede de Cuidados Continuados e disse que as dívidas vão ser regularizadas "dentro do possível".
"Temos feito um esforço no sentido de efetuar os pagamentos em atraso, mas reconheço que, nesta fase difícil, tivemos de alocar recursos para outras atividades, o que fez com que pudessem ter atrasado", disse António Lacerda Sales.
O governante adiantou que já foram feitos "mais de 56 milhões de pagamentos à Rede Nacional de Cuidados Continuados", desde o início do ano.
Questionado sobre as dívidas por pagar, que estão a dificultar o trabalho das instituições sociais no combate à pandemia de covid-19, respondeu que "dentro do possível [a tutela vai] normalizar os pagamentos".