
António José Seguro só recebeu o apoio formal do PS já depois das eleições autárquicas.
Foto: Rita Chantre
Tem sido um dos temas recorrentes desta campanha presidencial: há muitos perdsonalidades socialistas que recusam apoiar António José Seguro. A sondagem da Pitagórica para o JN, TSF, TVI e CNN, foi à procura de explicações, mas as opiniões dividem-se.
O apoio oficial do PS, de que já foi líder, foi tardio. Mas, quando finalmente o recebeu, ficou o registo da recusa em ser metido na "gaveta" de candidatos da área da Esquerda. Com o tempo o discurso foi-se alterando. E nos últimos frente a frente nas televisões, afirmou que era afinal o único travão ao poder absoluto à Direita. Ou seja, e por outras palavras, um candidato à Esquerda. Mas nem isso entusiasma muitos dos "notáveis" do PS.
Seguro ficou assim com a fama de não ser um candidato do agrado dos socialistas. Mas quando se pergunta aos portugueses pela razão dessa falta de ligação, há respostas para quase todos os gostos, sem que nenhuma se destaque particularmente. Ainda assim, a ideia de que "discordam do seu posicionamento" (a tal questão de estar ou não à Esquerda), é a mais referida, com 22% (com destaque para os que tem maiores rendimentos, com 31%).
A um mero ponto de diferença surge a segunda explicação para o aparente divórcio: 21% entendem que tem a ver com "estratégia eleitoral", ou seja, que não é o melhor candidato para chegar à segunda volta (com destaque para os mais pobres, com 28%). E de novo um ponto mais abaixo, a sua falta de "perfil presidencial" (20%), destacando-se aqui pos que residem em Lisboa e os eleitores do PS (24%).
Acrescente-se que outros dados da sondagem da Pitagórica confirmam uma certa dificuldade de Seguro em garantir o apoio, já não das figuras, mas dos eleitores socialistas: na primeira volta, conquista um pouco menos de metade (46,2%). E só na segunda volta atinge uns razoáveis 75%, se a disputa for com Luís Marques Mendes. Parece pouco? É melhor do que aquilo que consegue o antigo líder do PSD: uns escassos 37,4% de eleitores da AD na primeira volta, e 71% na segunda, se o adversário for Seguro. Se calhar vai ser preciso perguntar também porque falta apoio a Mendes no PSD.
Ficha Técnica
Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF e JN com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com as eleições presidenciais de 2026. O trabalho de campo decorreu entre os dias 11 e 19 de dezembro de 2025. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores recenseados em Portugal e foi devidamente estratificada por género, idade e região. Foram realizadas 2012 tentativas de contacto, para alcançarmos 1000 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 49,7%. As 1000 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/- 3,16% para um nível de confiança de 95,5%. A distribuição de indecisos é feita de forma proporcional. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.
