O candidato a Presidente da República Cândido Ferreira mostrou-se, este sábado, surpreendido com os resultados de sondagens que mostram que os "cidadãos continuam a apostar nos candidatos dos partidos".
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"As sondagens provocaram-me alguma admiração. Apesar das malfeitorias que os partidos políticos têm feito aos cidadãos, apesar da revolta que cresce e que nós vemos latente em toda a sociedade portuguesa, parece que os cidadãos continuam a apostar nos candidatos dos partidos", disse Cândido Ferreira em Albergaria-a-Velha.
Questionado pelos jornalistas sobre estudos de opinião que lhe atribuem os últimos lugares nas eleições, o médico e ex-presidente da Federação de Leiria do PS disse que não estava à espera de grandes resultados, alegando não ser uma pessoa conhecida.
Ainda assim, o candidato disse que espera contrariar estes resultados no dia das eleições, adiantando que tem apostado em "determinadas franjas que não foram ouvidas", como é o caso da população prisional.
"No dia 13 houve eleições nas prisões. Os reclusos mobilizaram-se em todas as prisões e eu sei que votaram massivamente em mim e isso não está nas sondagens", disse.
Cândido Ferreira falava no final de uma visita ao quartel dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha, onde aproveitou para propor a criação de um plano europeu de combate aos incêndios florestais.
"O comando deste quartel disse-me que os recursos para combater os incêndios eram insuficientes", disse o candidato, defendendo que é necessário ter "uma Presidência da Republica e políticos capazes de bater o pé à Europa, para não haver uma Europa a duas velocidades e suprir este tipo de carências".
Na ocasião, o candidato voltou a defender a criação de um Conselho de Estado Social, um órgão que "deverá reunir cerca de 80 pessoas de reconhecido valor da sociedade civil que colaboram voluntariamente com o Presidente da República na definição de um conjunto de linhas de força nas diversas áreas que a própria classe política seja obrigada a aceitar".
O médico e ex-presidente da Federação de Leiria do PS disse que é preciso acabar com a "bagunça institucionalizada", adiantando que o país tem vivido num "permanente ziguezague".
"Isso faz com que mudemos de livros escolares todos os anos. Fecham tribunais, abrem tribunais. Fecham centros de saúde, abrem centros de saúde. Isto faz com que haja exames num ano e noutro já não há exames", disse.
O candidato referiu, também, que tem vindo a convidar várias personalidades para fazerem parte de uma "comissão formadora" deste órgão, adiantando que vai pugnar pela sua implementação, mesmo não sendo eleito Presidente da República.
Fonte da candidatura de Cândido Ferreira revelou, por outro lado, que na próxima segunda-feira será entregue formalmente uma carta no Ministério da Educação a pedir esclarecimentos sobre a validade da licenciatura de Sampaio da Nóvoa.
Segundo a mesma fonte, esta carta será acompanhada de documentos que fundamentam as dúvidas que têm sido lançadas por Cândido Ferreira sobre o percurso académico do ex-reitor da Universidade de Lisboa.
Nos últimos dias, Cândido Ferreira desafiou Sampaio da Nóvoa a apresentar o diploma de conclusão do curso superior de Teatro, para "provar que aquilo que escreveu no seu currículo, nos livros que tem vindo a publicar, nas entrevistas que tem vindo a dar, é verdade".