A Suécia, um dos principais doadores da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), anunciou, este sábado, que vai retomar o financiamento, semanas após vários países terem suspendido o apoio devido a alegações israelitas contra a organização.
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Nas últimas semanas, cerca de 15 países suspenderam a sua ajuda à UNRWA, na sequência das acusações feitas no final de janeiro por Israel de que alguns dos seus funcionários poderiam ter estado envolvidos no ataque do movimento islamita palestiniano Hamas ao país, em 7 de outubro.
Hoje, a Suécia decidiu retomar o financiamento, acompanhando outras organizações, como a União Europeia e o Canadá, que também recuaram na decisão, numa altura em que a UNRWA veio alertar que poderia entrar em colapso, tornando-se impraticável continuar a apoiar a já desesperada população de Gaza.
"A situação humanitária em Gaza é devastadora e as necessidades são prementes", declarou o ministro sueco do Desenvolvimento, Johan Forssell, acrescentando que a UNRWA concordou em aumentar a transparência e reforçar os controlos.
A Suécia decidiu conceder à UNRWA metade do financiamento de 38 milhões de dólares que já tinha definido para 2024.
O responsável da UNRWA declarou-se hoje "cautelosamente otimista" quanto à retomada do apoio financeiro internacional de "um certo número de doadores" à organização "nas próximas semanas", especialmente "após a divulgação do relatório de Catherine Colonna".
O Canadá anunciou na sexta-feira a retoma dos seus financiamentos, a Espanha fê-lo no dia anterior, prometendo uma ajuda adicional de 20 milhões de euros para a agência da ONU, após uma primeira ajuda suplementar de 3,5 milhões de euros decidida na semana passada.
Em 1 de março, a União Europeia (UE) tinha também decidido desbloquear uma ajuda de 50 milhões de euros à UNRWA.
"A agência está em perigo de morte, em risco de ser desmantelada", observou o responsável da UNRWA, alertando para o facto de os jovens palestinianos ficarem privados de um ambiente educativo estável, o que "simplesmente lançará as sementes para mais ódio no futuro".
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 155.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza quase 31 mil mortos, pelo menos 72.298 feridos e cerca de sete mil desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.