
Sindicato fala em grande adesão na TAP
Arquivo/Adelino Meireles
A greve geral desta quinta-feira provocou uma paralisação quase total na aviação civil portuguesa, de acordo com uma nota do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que garante uma adesão "massiva" ao protesto, entre os pilotos, limitando a operação das principais transportadoras nacionais aos serviços mínimos decretados pelo Governo.
Segundo o documento enviado às redações, a TAP, a Portugália, a SATA Air Açores e a Azores Airlines operam apenas os voos essenciais. Na easyJet, a adesão situa-se acima dos 80%, com apenas dois voos extra serviços mínimos realizados até ao início da tarde. O SPAC afirma que, no Grupo TAP, estavam previstos 286 voos para esta quinta-feira - 243 da TAP e 43 da Portugália - mas apenas 63 deverão levantar voo.
Hélder Santinhos, presidente do sindicato, diz que a paralisação é uma resposta direta ao pacote laboral "Trabalho XXI". "A maioria dos associados entendeu que este é o momento de traçar um limite", afirma. "A gravidade das medidas propostas pelo Governo exige uma resposta firme. Não vamos voar enquanto os direitos dos trabalhadores estiverem sob ataque.", sublinha
No arquipélago dos Açores, a operação do Grupo SATA também está reduzida ao mínimo obrigatório. Toda a frota comercial se mantém em terra, assegurando apenas deslocações consideradas essenciais.
Ryanair com menos impacto
Quanto à Ryanair, o SPAC explica que o impacto é menor porque vários voos são assegurados por pilotos deslocados de outras bases europeias, uma prática que, segundo o sindicato, "serve para mitigar os efeitos de ações reivindicativas legítimas e mascara o descontentamento real de quem trabalha em Portugal".
O sindicato sustenta que a paralisação não é apenas uma contestação laboral, mas uma reação ao que considera serem riscos sérios para a estabilidade profissional e segurança operacional. Entre os pontos mais criticados está a possibilidade de as convenções coletivas perderem vigor mais rapidamente, a substituição da reintegração por indemnização nos despedimentos ilícitos e a facilitação de vínculos precários.
"Os pilotos prescindem hoje do seu salário para manter os aviões em terra em defesa do futuro da profissão", sublinha ainda o SPAC, que promete manter a pressão caso o Governo avance com o pacote tal como está.

