A deputada do PSD, Teresa Morais, que abandonou uma audição do ministro da Administração Interna no Parlamento, esta terça-feira, acusou Eduardo Cabrita de lhe esgotar a paciência, ao esconder o falhanço na contratação de meios aéreos de combate a incêndios.
Corpo do artigo
Ainda não tinham passado cinco minutos de resposta do ministro, às perguntas do PSD e do CDS - partidos que chamaram o governante à Comissão de Assuntos Constitucionais -, quando Teresa Morais abandonou a sala onde ainda decorre audição de forma inesperada.
A ex-ministra da Cultura, e ex-vice presidente do PSD de Passos Coelho, não terá apreciado que Eduardo Cabrita tivesse apontado ao anterior Governo responsabilidades no formato do tipo de adjudicação a privados dos meios aéreos, que foi levada a concurso em dezembro de 2017 e março de 2018, acabando por falhar perante os preços estabelecidos pela Proteção Civil. Morais então pegou na mala, nos apontamentos, e, ao levantar-se, libertou a bom som: "Não tenho paciência para isto".
A reação da deputada foi duramente criticada pela deputada do PS Isabel Moreira, mas o presidente da comissão parlamentar, o sociaist Bacelar Vasconcelos admitiu que não ouviu a afirmação de Teresa Morais
A explicação de Teresa Morais veio depois no Facebook: "Paciência tem limites! O PSD requereu em 18 de maio passado a presença do Ministro da Administração Interna no Parlamento para explicar a insuficiência de meios aéreos no combate aos incêndios. Na verdade, o MAI anunciou que no início da época estariam no terreno 55 meios aéreos e esse número não só está longe de ser atingido como aquilo que se conseguiu custou milhões de euros a mais do que o previsto. Hoje, confrontado com estes factos, o Ministro respondeu que o modelo de contratação dos meios aéreos adotado é da responsabilidade do anterior governo. Por que será que isto já não surpreende? Como é possível que um governo em funções há três anos continue a não admitir a responsabilidade das escolhas que faz? Paciência tem limites".