Testar, testar, testar. Porquê?

Os casos estão a aumentar de uma forma rápida em outros países da Europa, com Espanha, Alemanha e França à frente. Mas o dado mais surpreendente é a baixa letalidade (proporção de casos confirmados que morrem) na Alemanha. Sendo um dos países com maior número de casos, é um dos que têm menor letalidade.

Alguns argumentam que estes resultados se devem a não serem feitos testes post mortem, mas este facto não justifica a diferença. O que parece verdadeiramente justificar estes resultados é o grande investimento na realização intensiva de testes - este país tem uma capacidade instalada para realizar 160 000 testes/semana.

Qual é a vantagem de testar?

Detetar precocemente os casos, permitir instituir medidas de saúde pública, isolar os doentes, isolar profilaticamente os contactos (incluindo os familiares) - o que permite cortar as cadeias de transmissão na família e na comunidade. Estas medidas são tão mais eficazes quanto mais precoces.

Quem deve ser testado?

A decisão de testar é médica e baseada em critérios clínicos (existência de sintomas gripais) e/ou epidemiológicos (história de contacto com doente, viagens ou contexto de risco) e tem de ser consequente. Isto é, se o resultado for positivo, a pessoa é orientada clinicamente e são adotadas medidas adicionais de saúde pública; a interpretação e medidas adotadas perante um resultado negativo dependem do contexto que motivou a realização do teste, podendo ser necessário implementar medidas de saúde pública ou eventualmente repetir o teste.

Que lições devemos tirar?

A deteção precoce é fundamental; o teste permite a identificação precoce dos casos e implementação de medidas de saúde publica e em contexto familiar. A distância social deve ser regra. Ter em atenção em particular as pessoas mais idosas. Deve-se manter as pessoas mais vulneráveis, particularmente mais idosas, em isolamento (não esquecer o apoio social e o contacto regular por telefone ou outros, mas evitar os contactos pessoais).