Tiago Barbosa Ribeiro é esta tarde apresentado como candidato à Câmara do Porto numa conferência de imprensa marcada pelo próprio líder concelhio do PS. "Eu não faltarei ao Porto", disse Barbosa Ribeiro já ao fazer o anúncio, explicando que reponderou a sua posição nos últimos dias, perante os apelos que recebeu, quando já tinha afastado uma candidatura.
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Apesar de, nos últimos dias, após a desistência de Eduardo Pinheiro, Manuel Pizarro ser apontado como solução, desde logo por Eduardo Vítor Rodrigues, que o adiantou como candidato "óbvio e natural", o certo é que a proposta que é levada hoje à noite à votação da concelhia é do próprio Tiago Barbosa Ribeiro.
Esta informação foi avançada ao JN minutos antes de começar a conferência de imprensa.
"Ao longo dos últimos dias recebi muitos apelos dentro e fora do PS para que reponderasse a posição em relação à candidatura à Câmara do Porto. Após profunda reflexão quanto às condições de unidade e empenho de todos na construção deste projeto, tomei uma decisão que anuncio agora. Não faltarei ao Porto. Apresentarei a minha candidatura à Câmara do Porto na reunião da comissão política concelhia do PS que vai decorrer esta noite", afirmou. O líder concelhio tinha excluído uma candidatura, ainda antes de Eduardo Pinheiro ser anunciado.
"É tempo de avançar e dizer sim, de mobilizar o PS e de galvanizar a cidade", apela agora o também deputado, prometendo um projeto alternativo.
"Apoio dos órgãos do PS"
Questionado na conferência de imprensa se António Costa, secretário-geral do PS e primeiro-ministro, tinha já concordado com a sua candidatura, Barbosa Ribeiro garantiu que "mereceu a confiança de todos os membros" do partido. "Não podia partir para uma candidatura sem o apoio dos órgãos do PS", destacou.
"Não ignoro nenhuma das dificuldades desta candidatura, num contexto já de si complexo com a pandemia e não só. Teremos cerca de três meses para provar de que fibra se fazem os socialistas do Porto. Como disse Mário Soares, só é derrotado quem desiste de lutar", admitiu ainda.
Há muito que Tiago Barbosa Ribeiro tinha manifestado a vontade de ser candidato mas já se tinha excluído da corrida, tal como José Luís Carneiro. Daí que a solução que tivesse sido trabalhada na última semana fosse a de Manuel Pizarro. O "vice" da Distrital e membro do Secretariado Nacional, Eduardo Vítor Rodrigues, afirmou quinta-feira que Pizarro era a solução "óbvia e natural" para o Porto. O autarca de Gaia disse que estavam reunidas as condições para o vereador e eurodeputado avançar, após o secretário de Estado Eduardo Pinheiro ter desistido.
Pizarro não sentiu apoio suficiente
"Não sinto que o partido esteja divido, sinto é que tem de estar unido", declarou esta segunda-feira Barbosa Ribeiro. Quanto à recandidatura do independente Rui Moreira, o líder concelhio referiu que vai ser "um combate eleitoral muito difícil".
"Temos de estar unidos para um combate muito difícil. Os processos autárquicos contra um presidente que se recandidata são mais difíceis de disputar, mas não temos problemas em identificar os problemas que temos pela frente", afirmou ainda. Além disso, "sempre que se dividiu, o PS derrotou-se a si próprio mas quem mais perdeu foi verdadeiramente o Porto".
Tiago Barbosa Ribeiro vai ser votado esta noite na Comissão Política Concelhia., numa reunião marcada para as 21.30 horas. A proposta é depois enviada à Nacional, numa altura em que o secretário-geral disse que não iria interferir, nem envolver-se mais, remetendo o processo para as estruturas locais depois de Eduardo Pinheiro recuar. Ao que o JN apurou, uma candidatura de Manuel Pizarro era bem vista por parte da Concelhia, mas o líder federativo sentiu que a base de apoio não era suficiente para avançar de novo nas autárquicas, após um processo conturbado e de grande divisão interna para a escolha do candidato.