Todos os anos, mais de 450 peões são vítimas de atropelamentos com fuga
Especialistas em segurança rodoviária lamentam falta de ação da Justiça para reduzir o fenómeno. Desde 2019, morreram 40 pessoas atropeladas por condutores que fugiram.
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Mais de 450 pessoas foram em média vítimas de atropelamentos com fuga, em cada um dos últimos seis anos. Os dados da PSP e da GNR mostram que, destes sinistros, resultaram 40 mortes desde 2019, incluindo os números mais recentes deste ano. Os especialistas em segurança rodoviária ouvidos pelo JN defendem que os valores “não são surpreendentes” e lamentam que a Justiça não tenha a “mão mais pesada” para sancionar os condutores infratores, nomeadamente quando é possível identificá-los ou quando os próprios se entregam às autoridades.
À semelhança do que tem acontecido com outros índices de sinistralidade rodoviária, depois dos 507 atropelamentos com fuga registados em 2019 pelas duas autoridades, os números deste tipo de sinistros baixaram em 2020 e 2021, devido à menor circulação rodoviária motivada pelos períodos de confinamento da pandemia. Em 2022 e 2023, com o término das restrições à mobilidade, os números dos acidentes com fuga voltaram a subir e ultrapassam, inclusive, o período pré-pandemia.