A adesão total à greve de trabalhadores da CIMPOR provocou a paralisação da produção de cimento e afetou as vendas da empresa. Os trabalhadores e os representantes sindicais decidiram convocar uma reunião com a administração para exigir mais garantias salariais e de direitos laborais.
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A greve de mais de 500 trabalhadores da CIMPOR teve início nesta terça-feira e termina na sexta-feira. A paralisação das fábricas não acontecia há mais de 20 anos, tendo a produção de cimento ficado comprometida, assim como as vendas, garantem os representantes sindicais. A adesão foi total, o que se traduziu no corte da produção.
Sob as reivindicações de negociação efetiva do acordo de empresa, dos aumentos salariais e de mais direitos pecuniários e não pecuniários, a paralisação estendeu-se às quatro empresas do grupo CIMPOR.
A Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro enviou um pré-aviso à referida empresa, ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e à Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, onde estabelecem como principais objetivos assegurar salários e direitos justos e garantir a segurança e manutenção dos equipamentos.
Subida mínima de 200 euros
Os trabalhadores exigem o aumento de 8% sobre o salário base, com um mínimo de 200 euros, e a carga horária de 37 horas semanais, a partir do primeiro dia do próximo ano.
Querem, ainda, que lhes garantam anuidades, assistência na doença, retribuição do trabalho por turnos, feriados no regime de laboração contínua, 15.º mês, apoio escolar a filhos dos trabalhadores, transportes e abonos para deslocações, alargamento da progressão de carreira de diversas categorias profissionais, a criação de uma nova categoria profissional de oficial de conservação eléctrica e eletrónica e melhorias no serviço de prevenção do grupo.
“Um grupo com negócios em alta, não pode ter salários e direitos em baixa”, entendem os representantes sindicais, que têm realizado vários plenários com os trabalhadores. Esta quinta-feira juntaram-se mais uma vez, em Alhandra. Ficou acordado que vão “exigir uma reunião urgente à administração da Cimpor para dar sequência ao processo negocial”, de forma a encontrar soluções para os problemas apontados pelos trabalhadores e vão realizar plenários em todas as fábricas “para analisar os impactos da greve e discutir e decidir novas ações de luta, caso a administração não responda positivamente às propostas apresentadas”.