Os trabalhadores de vários setores público e privados voltam no sábado à rua, numa manifestação nacional em defesa do aumento dos salários e de melhores condições, com protestos nos centros de Lisboa e do Porto. Vários sindicatos afetos à CGTP emitiram pré-avisos de greve para setores que laboram ao fim de semana.
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Os trabalhadores do comércio e serviços da indústria, do turismo e hotelaria, da administração local, empresas municipais e concessionárias, entre outros dos setores público e privado, voltam amanhã à rua numa manifestação nacional em defesa do aumento dos salários e pensões, de um reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, insatisfeitos com a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
A ação nacional, convocado pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP), com protestos em Lisboa e no Porto, marca o fim de um mês de centenas de plenários, concentrações e greves nos locais de trabalho dos vários setores, de norte a sul do país. Em causa estão as dificuldades que os trabalhadores enfrentam devido às políticas atuais, considera a central sindical, desde os salários baixos e os vínculos precários, à falta de acesso à habitação e à saúde.
Em Lisboa, está marcado um protesto que partirá, às 15 horas, do Cais do Sodré, com destino ao Rossio. A concentração no Porto arranca mais cedo, pelas 10 horas, na Praça da República.
Embora tenha sido anunciada em setembro, a manifestação decorre após a CGTP ter ficado de fora do acordo em sede de Concertação Social, assinado em outubro, que prevê aumentos do salário mínimo nacional de 50 euros anuais até 2028, abaixo do reivindicado. Já esta semana, a Frente Comum (afeta à CGTP) não assinou o acordo de valorização dos trabalhadores da Administração Pública proposto pelo Governo.
Várias estruturas sindicais representantes de setores que laboram aos fins de semana emitiram pré-avisos de greve para garantir a participação dos trabalhadores. Alguns prolongam-se durante 24 horas e podem, por isso, verificar-se constrangimentos.
Na lista confirmada ao JN por fonte oficial da CGTP, constam a Federação dos Sindicatos da Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo, a Federação dos Sindicatos do Comércio e Serviços, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local.
A central sindical espera uma “grande” adesão ao protesto nacional, e deixa a decisão de continuar a "ação de luta" após terminar a discussão da proposta de OE2025.
Entre as principais reivindicações da CGTP está um aumento salarial de, pelo menos, 150 euros a partir de janeiro e uma subida do salário mínimo nacional para mil euros, bem como a instituição de 35 horas semanais. Cada setor tem também as suas particularidades. No caso do comércio, exigem que os estabelecimentos comerciais encerrem aos domingos e feriados, bem como uma redução do período de funcionamento.