Transportes, escolas, hospitais e finanças: o que deve fechar esta quinta-feira
Em "dia nacional de indignação", marcado pela CGTP-IN, o país é amanhã palco de inúmeras greves e plenários num protesto que vai dos serviços públicos às empresas, passando pelo setor social, como as misericórdias. O dirigente sindical Sebastião Santana prevê que a adesão dos trabalhadores leve ao encerramento de escolas, embora menos do que é habitual, desde logo pelos serviços mínimos estabelecidos para a greve do S.TO.P. Segurança Social, finanças, transportes e limpeza urbana são áreas em que o protesto se fará mais sentir. Nos hospitais, o impacto será maior onde o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) convocou as suas greves.
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Sebastião Santana, coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, sublinhou ao JN que o principal objetivo do pré-aviso de greve emitido para todos os setores é que os trabalhadores possam participar nas ações de ruas e "praças de indignação" espalhadas pelo país.
Admite que "haverá escolas a fechar", mas "não serão tantas" como, por exemplo, nas greves gerais. A seu ver, "o impacto na educação será menos visível do que é costume pela aplicação dos serviços mínimos". Estes foram estabelecidos para a greve do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P). Porém, devido à sobreposição de pré-avisos para amanhã, haverá escolas que os irão aplicar, explicou ao JN. Mas os serviços mínimos não garantem que haja aulas.
"Na Segurança Social e nas finanças, o impacto será maior", prevê Sebastião Santana.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), José Correia, destacou ao JN as cerca de três dezenas de plenários e concentrações inseridas na iniciativa da CGTP, com avisos prévios de greve das 13 às 20 horas. O impacto será maior na limpeza urbana diurna, prevê. A recolha de lixo não será, desta vez, tão afetada.
Nota que serão ainda atingidos os transportes coletivos urbanos municipalizados, "sobretudo escolar", bem como as redes de "bibliotecas, museus, equipamentos desportivos e escolas". Neste caso, está em causa a rede pré-escolar.
Ana Pires, da comissão executiva da CGTP, sublinhou ao JN o "conjunto de greves transversais a todos os setores, sejam da Administração Pública ou do setor privado". Prevê uma forte adesão de "trabalhadores das escolas e hospitais", entre outros serviços públicos.
A luta é também dos trabalhadores da CP - Comboios de Portugal e da IP (Infraestruturas, Telecom, Engenharia e Património), em greve até 21 de fevereiro.
Cirurgias a remarcar
Do setor privado, Ana Pires dá o exemplo das indústrias alimentares, metalúrgica, corticeira, distribuição e hotelaria, destacando o impacto das greves nas cantinas, incluindo escolares.
Por sua vez, Guadalupe Simões, dirigente do SEP, recordou as greves marcadas pelo sindicato desde o início do mês, notando que coincidem hoje com o protesto da CGTP, ao qual os enfermeiros irão juntar-se. O SEP, que incide na contagem do tempo de serviço, tem hoje greves nos hospitais de Vila Franca de Xira e de Loures, bem como no de Beja, entre outras unidades.
"Algumas atividades programadas serão adiadas", prevê a dirigente. No caso das cirurgias, uma vez que a greve incide no turno da manhã, admite que sejam remarcadas ainda para a tarde ou para o dia seguinte.
Por áreas
Exames
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Juntam-se no sábado para uma manifestação nacional, em Lisboa.
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