Duas novas secretárias de Estado, duas localizações ministeriais fora de Lisboa. A Ação Social, a cargo de Rita da Cunha Mendes, ficará na Guarda e a Valorização do Território, para que foi nomeada Isabel Ferreira, subirá 300 quilómetros, de Castelo Branco até Bragança. Falta saber o destino da atual estrutura albicastrense: o Governo quer mantê-la, mas ainda não decidiu que serviços lá serão instalados.
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Rita da Cunha Mendes trocou a vice-presidência da Câmara de Aguiar da Beira pela Secretaria de Estado da Ação Social, mas vai manter-se no distrito da Guarda. Esta pasta será criada de raiz na capital de distrito onde Rita da Cunha Mendes já trabalhou: teve vários cargos no Centro Distrital da Guarda da Segurança Social e foi professora na Escola Superior de Enfermagem do Politécnico da mesma cidade. Em cima da mesa está a partilha com a PSP do edifício do antigo Governo Civil.
À procura de espaços
A Valorização do Interior voltará a fazer as malas, desta vez rumo à cidade da nova governante. Esta pasta surgiu como Unidade de Missão, primeiro entregue a Helena Freitas, de Coimbra, e depois a João Paulo Catarino, coincidindo com a mudança da sede para Pedrógão Grande (após os incêndios de 2017). Há um ano, foi transformada em Secretaria de Estado e transferida para Castelo Branco. Agora, ruma até Bragança, onde vive Isabel Ferreira.
O Governo já procura um local onde instalar a equipa de Isabel Ferreira, até agora vice-presidente do Politécnico de Bragança (o anterior presidente, Sobrinho Teixeira, já tinha assumido a Secretaria de Estado da Ciência e Ensino Superior, onde se mantém).
O aproveitamento do edifício do antigo Governo Civil foi posto de lado, por falta de condições. Mais viáveis serão as instalações da antiga Junta Autónoma de Estradas, perto da câmara.
Também em dúvida está a base de Isabel Ferreira: ficará em Bragança ou repartirá o tempo com Lisboa, aproveitando a carreira aérea que liga Trás-os-Montes à capital. Contactada pelo JN, a governante declinou prestar esclarecimentos.
O grande ponto de interrogação é o destino a dar à estrutura até agora ocupada pela Valorização do Interior, em Castelo Branco. Deve receber algum serviço, ou parte de uma secretaria de Estado, mas a decisão ainda não foi tomada.
Detalhes
Conselhos de ministros pelo país - Não é uma novidade, até porque o próprio António Costa já realizou Conselhos de Ministros fora de Lisboa (em Mafra, por exemplo, foi aprovada a reforma da floresta, há um ano). No fim de semana, o primeiro-ministro prometeu realizar "regularmente um Conselho de Ministros descentralizado".
Santana Lopes quis Governo espalhado - Quando substituiu Durão Barroso como primeiro-ministro, Santana Lopes quis enviar secretarias de Estado para seis cidades: Administração Local (Coimbra), Agricultura (Santarém), Educação (Aveiro), Bens Culturais (Évora), Turismo (Faro) e Juventude (Braga). O Porto teria instalações onde todo o Governo pudesse. O Executivo de Santana Lopes caiu passados cinco meses.