<br/> Frederico Monteiro sonhava há algum tempo em ter "o melhor dos dois mundos": ser psicólogo e militar. E, apesar do emprego estável que tinha a desempenhar a primeira função, numa clínica em Guimarães, não pensou duas vezes em mudar para cumprir o duplo sonho.
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A oportunidade surgiu no início do ano passado, quando o Exército abriu vagas para psicologia, área na qual o jovem da Figueira da Foz se formara em 2016, na Universidade de Aveiro, e que "nunca quis deixar". Por isso, agarrou o dois em um que a vida estava a oferecer-lhe.
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Já na idade-limite para ingressar nas Forças Armadas (FA) em regime de contrato - 27 anos para a categoria de oficiais -, o momento era de agora ou nunca, e não houve hesitação possível: Frederico concorreu em janeiro, longe de imaginar que o país seria atingido por uma pandemia, e, dois meses depois, ainda antes de ser decretado o primeiro estado de emergência, estava a realizar as provas que lhe abririam as portas do Exército.
Entretanto, o psicólogo deixou as funções na clínica, onde tinha contrato, para se tornar militar por seis anos. O primeiro confinamento acabaria por ditar o adiamento do curso, que deveria ter começado em abril e só teve início em julho, empurrando a assinatura do contrato para novembro. "Sempre tive este bichinho do desafio e da aventura, e este era um contexto que queria experimentar, pelo desenvolvimento pessoal e profissional", confessa o agora oficial das FA, que ficou colocado no Centro de Psicologia Aplicada do Exército, em Queluz, o que lhe "permite ter experiências variadas na área".
"Além de estar na minha área de formação, defendo o meu país, a minha pátria", lembra, orgulhoso, contando que a experiência "é desafiante" e "uma mais-valia". "Somos postos à prova e saímos da nossa zona de conforto. Exige mais de nós, mais resiliência. Também crescemos e desenvolvemos, e é muito gratificante", assegura o aspirante, que, sendo contratado, apenas poderá permanecer nas fileiras por meia dúzia de anos, período em que, apesar da crise, será "um emprego garantido".
"O contrato é de seis anos, e estou mentalizado. Mas não estou focado nisso. Vou aproveitar o presente. Quero absorver o máximo que esta experiência me pode dar, para ser um melhor profissional", diz, convicto de que o percurso nas FA lhe "vai abrir outras oportunidades". Através das "aprendizagens" e dos "incentivos para o futuro que são dados pelo Exército", entre os quais destaca as condições especiais de acesso a empregos públicos e o apoio à criação do próprio emprego.