Um verão "ameno", com temperaturas mais baixas do que o habitual para a época do ano, nuvens e chuva. É assim que tem sido e vai continuar nos próximos dias, sobretudo no litoral norte. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) apenas prevê alguma melhoria do tempo a partir do fim de semana.
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O IPMA ainda não tem dados sobre a temperatura média durante o mês de julho. Só deverá ter estatísticas no final da semana. Por isso, ainda não consegue especificar quanto desceu a temperatura face ao ano passado. Mas, a olho nu, é possível perceber que as temperaturas, sobretudo as máximas, têm estado abaixo do que é habitual para a época do ano, em particular se se comparar precisamente com o mesmo mês do ano passado, que foi considerado o mais quente desde 1931, com uma média de 33,34 graus, mais 4,61ºC.
Influência marítima
No início de julho, os especialistas já tinham avisado que o verão iria ser "ameno e suave". As previsões confirmaram-se, sobretudo nas regiões do Minho e Douro Litoral. Segundo a meteorologista do IPMA, Ângela Lourenço, a situação deve-se à passagem de superfícies frontais de fraca atividade pelo território nacional.
"Estamos com uma situação de influência do ar marítimo e o anticiclone dos Açores está um pouco longe. Por isso, algumas superfícies frontais conseguem atravessar o território", explica ao JN Ângela Lourenço.
À conta disso, julho foi um mês com nuvens, precipitação e temperaturas abaixo da média para a época do ano, sobretudo no litoral norte. "Ainda não temos valores específicos. Mas a ideia é que os valores das temperaturas, em julho e nos últimos dois dias, são inferiores ao que é habitual acontecer. Essa situação nota-se mais nas temperaturas máximas", refere Ângela Lourenço.
Chuva volta na quarta-feira
"Nos próximos dias, o litoral norte, sobretudo as regiões do Douro e Minho, vai continuar com nuvens, com a ocorrência de precipitação e temperaturas abaixo do normal para a época do ano, sobretudo ao nível das máximas", prevê Ângela Lourenço, estimando que, por exemplo, o Porto não passe dos 23 ou 24 graus.
Segundo a meteorologista, hoje será um dia "mais próximo de um verão típico", com "menos nuvens e subida da temperatura". Mas, amanhã, a passagem de uma nova superfície frontal de fraca atividade vai trazer, de novo, a queda de precipitação. Situação que afetará, em particular, as regiões do Minho e do Douro. Já o Algarve e o Alentejo interior conseguirão atingir temperaturas máximas de 30 ou 33 graus.
"Tudo indica que a situação poderá mudar no fim de semana. Domingo, poderá trazer uma circulação atmosférica mais favorável às condições mais típicas de verão", prevê Ângela Lourenço.
16,83 graus foi o valor médio da temperatura mínima em julho de 2020. A quinta mais alta desde 1931, com +1,21°C (mais altos em 1989, 1990, 2006 e 1949). O valor médio da precipitação em julho de 2020 foi 4,0 mm, correspondente a 30% do valor normal (13,8 mm), o que provocou seca moderada.