A bicicleta tem uma Casa em Aveiro, um lugar onde não faltam atividades para promover o uso deste meio sustentável. Chama-se mesmo Casa da Bicicleta e é um projeto da associação Ciclaveiro, que abriu portas simbolicamente a 31 de outubro de 2020, Dia Mundial das Cidades. Desde ensinar a andar de bicicleta, a uma oficina, que disponibiliza ferramentas para pequenos arranjos, ou um espaço de coworking, a oferta é vasta.
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Até à abertura da Casa da Bicicleta, os membros da associação reuniam-se em espaços públicos e almejavam por um local onde se pudessem "juntar para organizar iniciativas e guardar material", conta Joana Ivónia, da Ciclaveiro. A bicicleta "precisava de um espaço na cidade para dar visibilidade ao tema e juntar mais pessoas", acrescenta.
Logo à entrada, uma parede-galeria expõe pinturas e dá o mote para a diversidade de atividades que ali germinam. Em frente, surge a zona de coworking, onde estão a ser desenvolvidos alguns projetos. "Ainda há espaço para acolher mais pessoas", diz Joana Ivónia, em jeito de convite.
Foi ali que Diana Oliveira, corresponsável pelo Biciklô Café, encontrou apoio para continuar a dinamizar o negócio. Trata-se de uma cafetaria sobre rodas que sai para a rua aos fins de semana ou quando há eventos, para levar café e alimentos saudáveis sobre duas rodas a quem precisa. A empreendedora não quer que falte "energia para pedalar", diz, entre risos.
Reparar e passar conhecimentos
A associação também não quer que ninguém fique parado por falta de assistência. Por isso, instalou uma cicloficina comunitária, que tem ferramentas para as pessoas poderem reparar a própria bicicleta e irem passando o conhecimento uns aos outros. Joel Rocha é dos voluntários que ensinam quem ali chega "a afinar travões, trocar uma câmara de ar, reparar mudanças que não entram corretamente", entre outras tarefas.
Há muito que Joel recorre à bicicleta para as deslocações diárias e, apesar das preocupações acrescidas com a segurança desde que lhe roubaram uma, continua a ser um entusiasta daquela forma de transporte. Foi a pedalar, por exemplo, que percorreu os cerca de 160 quilómetros que o separam de Vila Real, para visitar os pais.
Na Casa há ainda uma veloficina móvel, um atrelado com diversas ferramentas que, todos os segundos sábados de cada mês, é levada até à praça em frente ao Mercado Manuel Firmino para disponibilizar ferramentas e ajuda. A veloteca, outro dos serviços, permite aos associados requisitar um conjunto de bicicletas e acessórios, que vão desde bicicletas de adulto, de criança, de carga e cadeirinhas de criança a alforges e capacetes.
Já tivemos crianças que não sabiam e saem de lá a pedalar, o que é muito motivador
Outro dos projetos da Ciclaveiro, que "parte do interior da Casa para a comunidade", é a Academia Mini Rodas. A ideia é ir "de bairro em bairro pela cidade" para ensinar e fomentar o "andar de bicicleta" junto das famílias, conta Maria Miguel Galhardo.
Voluntários agem como facilitadores e montam percursos com arcos, pinos, barras e outro material em espaços públicos, para que as crianças "comecem a dar as primeiras pedaladas, façam percursos e aprendam a lidar com obstáculos". Conforme vão evoluindo, vão marcando cada nova fase num passaporte. "Já tivemos crianças que não sabiam e saem de lá a pedalar, é muito motivador", relata Maria Miguel.