A campanha de vacinação contra a gripe e a covid-19 deverá arrancar no dia 29 de setembro nos centros de saúde e farmácias de todo o país, anunciou esta manhã de terça-feira o diretor-executivo do SNS. As vacinas covid-19 a administrar serão as mais atualizadas.
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"O cenário que temos em cima da mesa é a 29 de setembro arrancar [com a vacinação contra a gripe e a covid-19] com força e com enorme adesão dos portugueses", afirmou Fernando Araújo, numa conferência de imprensa no âmbito do 2.º Simpósio da Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicado ao futuro digital.
Questionado sobre o mesmo tema, o ministro da Saúde adiantou que as vacinas contra a covid-19 que vão ser administradas são as versões da Pfizer mais recentes.
Além do motivo epidemiológico, a outra razão para a campanha de vacinação não começar antes da segunda quinzena de setembro "é que as vacinas só começaram a ser produzidas em larga escala após a aprovação da EMA (Agência Europeia do Medicamento)", salientou Manuel Pizarro.
O ministro frisou ainda que este ano haverá mais de cinco mil pontos de vacinação, entre centros de saúde e farmácias.
Para Manuel Pizarro, a campanha de vacinação sazonal em centros de saúde e farmácias não seria possível sem as ferramentas digitais que existem no SNS para, por exemplo, registar as vacinas administradas.
A propósito do tema do simpósio, que decorre esta terça e quarta-feira no Porto, o ministro salientou a importância de encorajar as novas tecnologias na área da Saúde, mas frisou que é necessário "garantir regulação para assegurar que se mantém os valores inegociáveis do SNS", como o acesso universal e a equidade.
Risco do fosso digital
Segundo um novo relatório da OMS/Europa sobre a saúde digital na região europeia, que inclui 53 países, apesar de no período da pandemia ter havido um impulso para a criação e a utilização de ferramentas e políticas de saúde digital em resposta aos confinamentos e ao distanciamento social, incluindo a telemedicina e aplicações de saúde de fácil utilização, ainda há muito trabalho a fazer.
Um dos principais riscos da transição é o fosso digital no domínio da saúde que resulta da implantação e aceitação desigual e que, por regra, prejudica os mais vulneráveis. "Tal como acontece com a adoção de qualquer nova tecnologia, há normalmente vencedores e vencidos. É por isso que é ainda mais crucial que, com a saúde digital asseguremos que todos ganham, todos beneficiam e ninguém é deixado para trás", sublinhou Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa.