A campanha de vacinação contra a covid-19 evitou cerca de 12 mil mortes em Portugal, mais de 1,2 milhões de infeções e dois milhões de dias de internamento hospitalar, dos quais 130 mil em cuidados intensivos. Vacinar, vacinar, vacinar é a mensagem que sai da reunião de peritos sobre a evolução da pandemia que se realizou, esta sexta-feira, no Infarmed, em Lisboa.
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Os cálculos são de Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, e mostram resultados cada vez mais expressivos.
Há um ano, também no Infarmed, o especialista em Saúde Pública indicava que a vacinação tinha evitado 2300 mortes e 200 mil infeções.
Apesar de o vírus estar em constante mutação, e de as novas variantes terem ainda mais capacidade para escapar ao sistema imunitário, as vacinas, tanto as originais como as mais recentes, continuam a ser eficazes e seguras, referiram vários especialistas presentes na reunião.
"É um facto inegável que a vacina é segura e eficaz contra a propagação, mas sobretudo contra a gravidade e a mortalidade associadas à doença", resumiu o ministro da Saúde, no final do encontro que juntou especialistas, Governo, presidente da República e partidos políticos para fazer um ponto de situação da pandemia.
Da reunião não saiu qualquer recomendação para adotar novas restrições face ao aumento de casos de covid-19 e de outras infeções respiratórias, pelo que o Governo não o fará.
"Temos mesmo de virar a página do período mais difícil desta pandemia", referiu Manuel Pizarro, salvaguardando que tal não significa desvalorizar a covid-19 e outras infeções respiratórias. O uso de máscara não voltará a ser obrigatório nos espaços onde deixou de ser, mas é recomendável na presença de sintomas e para proteção dos mais vulneráveis.
Ainda sobre vacinação, o coronel Carlos Penha-Gonçalves destacou que existe, neste momento, uma capacidade para vacinar 290 mil pessoas por semana nos 395 pontos de vacinação, distribuídos por estruturas de saúde (322) , estruturas municipais (65) e outros espaços (8).
O coordenador da vacinação contra a covid-19 referiu que a capacidade vai crescer 11% para vacinar com a quarta dose mais 322 mil pessoas da faixa etária acima dos 50 anos, até ao final de 2022.
Penha-Gonçalves adiantou que, à data, 1 863 885 pessoas com mais de 60 anos (52,6% do total) receberam a dose de outono (quarta dose no caso das vacinas MRNA). A meta são três milhões de vacinados até dezembro.
No que respeita à gripe, 1 890 476 pessoas (61,5%) com mais de 65 anos estão imunizadas.