Ventura diz que Marcelo não tem feito "a gestão ideal" dos casos de abusos sexuais
O líder do Chega admitiu, esta quarta-feira, que o presidente da República não tem feito "a gestão ideal" dos casos de abusos e que deveria dar explicações ao país. André Ventura diz, contudo, que está "satisfeito" com as explicações de Marcelo Rebelo de Sousa.
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"O presidente da República não tem feito a gestão ideal deste caso", admitiu o presidente do Chega, no final da audiência desta quarta-feira com Marcelo Rebelo de Sousa sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2023.
André Ventura reconheceu também que o chefe de Estado deveria "dar uma explicação" ao país, no final das audiências desta quarta-feira. O líder do Chega revelou, porém, que Marcelo Rebelo de Sousa lhe explicou "o contexto e o sentido que pretendia transmitir".
"As declarações ditas daquela forma merecem a censura do Chega. O presidente da República explicou o contexto e o sentido que pretendia transmitir. Nesse sentido, o Chega registou as palavras como boas e verídicas e acredita que o presidente da República quer combater os abusos sexuais tanto quanto o Chega", ressalvou André Ventura, considerando as "explicações satisfatórias".
Já em relação ao presidente da Conferência Episcopal, o bispo José Ornelas, deveria ser "afastado" temporariamente "até o caso estar clarificado" e de definitivamente caso se confirme que houve encobrimento.
André Ventura adiantou também que o Chega vai apresentar uma proposta de alteração à lei das incompatibilidades, conforme solicitou, esta quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa, além da interpelação ao Governo que agendou para o próximo dia 21. "O Chega pretende escrutinar o Governo como vai acompanhar o pedido do presidente da República", disse.
Quanto à proposta de Orçamento do Estado para 2023, Ventura antecipou o voto contra do Chega, por o documento não prever "reformas profundas" e limitar-se a fazer "operações cirúrgicas".