O ex-ministro Vieira da Silva entende que o PSD "não tem autoridade moral" para vir agora admitir alterações à fórmula de cálculo das pensões, que prevê uma atualização anual e que resultou da reforma da Segurança Social que o socialista concebeu em 2007.
Corpo do artigo
Em declarações aos jornalistas, à margem da Academia Socialista que está a decorrer na Batalha, Vieira da Silva elogiou as medidas anti-inflação anunciadas esta semana pelo Governo, nomeadamente no que aos pensionistas diz respeito e que prevê, por exemplo, atribuição de meia pensão extra a pagar em outubro.
Para o antigo governante, esta é "uma medida ambiciosa", porque "antecipa rendimentos aos pensionistas e garante que estes não vão perder poder de compra em 2023". "Espero que o Governo trabalhe para que, em 2024, possa ter a melhor solução possível", salientou.
Sobre uma eventual alteração à fórmula de cálculo das pensões, Vieira da Silva entende que, face à conjuntura atual, "é pouco realista" antecipar o debate "sobre o que fazer em 2024, "Só se compreende por motivos puramente político-partidários", afirmou, criticando a atual posição do PSD, que, pela voz do seu líder, Luís Montenegro, se manifestou disponível para discutir alterações.
"O partido que agora diz que isto é um esbulho, é o partido que nunca aplicou a fórmula, que não é favor dela. Não tem autoridade moral para falar desta forma", acusou Vieira da Silva, que esteve na Academia Socialista para participar num painel sobre emprego, proteção social e novas formas de trabalho.
A seu lado esteve Helena André, que lhe sucedeu como titular da pasta do Trabalho e da Solidariedade Social, que alertou para os perigos das plataformas digitais de trabalho, por estarem a "desregular ainda mais" o mercado laboral, com "influência negativa sobre os salários" e "as condições de trabalho".