Voto antecipado em Lisboa sem filas: ao meio-dia, já 25% dos eleitores inscritos foram às urnas 

“Vim votar hoje porque resido e trabalho aqui, embora seja de Viseu”, partilha Sónia  de Almeida, 41 anos. Tal como muitos outros eleitores inscritos, sai da Faculdade de Letras passado poucos minutos com o comprovativo de voto antecipado na mão. Já não é a primeira vez que opta pela modalidade. 

Com uma decisão já pensada e sem filas, foi entrar, dirigir-se à mesa correta e colocar a cruz no boletim de voto. “Foi muito rápido, mais ainda do que nas eleições anteriores. Mas também vim cedo porque, noutras vezes, tenho votado da parte da tarde e fica um pouco mais cheio”, aponta.

As urnas abriram às 8 horas e vão estar abertas até às 19 horas. Há 208 mil eleitores inscritos para o voto antecipado em mobilidade no território nacional. Só no concelho de Lisboa, devem votar este domingo perto de 27 mil eleitores inscritos. 

Até ao meio-dia, já 25%, ou seja, cerca de sete mil eleitores inscritos já se tinham deslocado às urnas, avançou o vereador da Cultura, Diogo Moura, responsável pelo processo eleitoral. “Está dentro daquilo que é a média de voto antecipada em mobilidade, nomeadamente em título de exemplo, de há dois anos”, afirmou em declarações aos jornalistas. 

O vereador faz assim um balanço “muito positivo” do processo a decorrer este domingo. “Espera-se sempre que a afluência aumente a seguir ao almoço e ao final de tarde”, resume. 

As 99 secções de voto instaladas estão divididas pelos seis edifícios da Cidade Universitária - a Faculdade de Psicologia, a de Direito, a de Letras, a de Ciências, a Cantina Velha  e Aula Magna -, onde há cerca de 120 colaboradores da autarquia a ajudar os eleitores a dirigirem-se à mesa correta.

Com o passar das horas e o aproximar da hora de almoço, são vários os eleitores de todas as idades que chegam ao campus, sozinhas ou acompanhadas por amigos e familiares. Ana Teles, 21 anos, vota decidiu votar antecipadamente porque no dia 10 naõ estará na sua área de residência. "Estudo em Lisboa. Com as avaliações, às vezes não me dá muito jeito ir a casa, em Fátima, por isso optei por votar cá", explica a jovem. Quando chegou à secção de voto, pelo distrito de Santarém ainda estava "um bocadinho indecisa" em que força partidária votar, mas o exercer do voto e a boa organização deixa-a satisfeita. "Foi o voto certo", adverte. 

A Cidade Universitária é a assembleia de voto que acabou por abrir no concelho lisboeta. Embora a Câmara Municipal tenha preparado três locais, as inscrições ficaram abaixo das previsões, o que não justificava a abertura de mais duas previstas no Restelo e no Lumiar. “Tivemos apenas 30% de inscritos, portanto cerca de 27 mil eleitores. Criámos o dispositivo e viu-se a necessidade de abrir apenas secções de voto na Cidade Universitária”, explicou, ao JN, o vereador Diogo Moura. 

Segundo o responsável, a concentração do ato eleitoral naquele campus permite evitar a formação de filas. “Neste momento, temos uma média de 270 eleitores por cada secção, o que também faz com que não haja aglomeração de pessoas e filas. Era exatamente o que nós queríamos”, resume. Normalmente, esta média ronda os 400, acresce. 

Mas a espera pode sempre variar consoante o círculo eleitoral. “Nos distritos onde há um maior número de inscritos, aumentámos também o número de secções. No caso do distrito de Lisboa, temos cerca de 14 mil pessoas inscritas, depois a seguir com cerca de 2.500 a Madeira e depois entre 1 500 e 1 000 nos Açores, Porto e Faro".

Também pela Cidade Universitária irá passar o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, logo à tarde, pelas 15:30 horas, em vez de Celorico de Basto como sempre faz, considerando que esta modalidade é "um estímulo contra a abstenção".

Évora

Até ao meio-dia, na Arena de Évora, onde está a decorrer a votação, já votaram 528 eleitores, num total de 1500 que estão inscritos. Entre as pessoas com quem falou o JN, são vários os motivos que os levaram a votar hoje, desde questões de saúde, como é o caso de Telmo Mariuno, de 47 anos, que vai ser operado e que, por isso, não conseguiria votar no dia 10, até questões pessoais, como é o caso de Sérgio Valadas, 44 anos, ou Maria Bárbara, de 18, que vota pela primeira vez.