Apresentou-se como eleitor "relutante" do PS mas, dizem os socialistas, está ligado ao CDS. O homem que, esta sexta-feira, abordou António Costa em Lisboa, acusando-o de ter estado de férias durante os incêndios de Pedrógão Grande, será um ex-autarca centrista.
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Quem o garante é o socialista Miguel Coelho, presidente da junta de freguesia de Santa Maria Maior, concelho de Lisboa, que, numa mensagem publicada no Facebook, acrescenta que o filho do homem que interpelou Costa é assessor do CDS-PP na Assembleia Municipal. Contactado pelo JN, Miguel Coelho, não acrescentou mais ao que já tinha escrito e remeteu para a publicação.
https://www.facebook.com/miguelcoelho2010/posts/2742414979144646
Do lado do CDS, João Gonçalves Pereira, diretor de campanha de Cristas e vereador em Lisboa, negou ao jornal "Expresso" que Elias ainda seja militante, acrescentando que já se desfiliou há muitos anos. "Não sei se o PS conhece os seus militantes, não sei se é do PS ou de outro partido. Sei que não é do CDS e não é há muito tempo", disse o responsável centrista, confirmando, por outro lado, que o filho de Joaquim Elias é "militante e autarca e colabora com o CDS na AML [Assembleia Municipal de Lisboa]".
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João Gonçalves Pereira acrescentou que a acusação "mostra nervosismo por parte do PS e de António Costa". "É normal neste período haver alguma tensão, o que não pode acontecer é que uma terceira ou quarta linha do partido venha tentar passar a bola a outro partido que nada tem a ver e tentar branquear uma atitude de tensão de António Costa", rematou.
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Quando abordou António Costa, Joaquim Elias disse que era eleitor socialista de sempre, acrescentando estar "relutante" em votar PS desta vez, porque Costa estava a gozar as "merecidas férias" durante os incêndios de Pedrógão Grande. Visivelmente exaltado, e perante a insistência do homem, António Costa repetiu que a acusação era "mentira", como o JN confirmou. Na verdade, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS esteve no terreno a 18 de junho de 2017.