Catarina Martins diz que o caso de Tancos, cuja acusação estará prestes a ser conhecida, "não deve ser um caso de eleições". A coordenadora do Bloco de Esquerda pede que a Justiça funcione e que se apurem responsabilidades.
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No mercado de Benfica, em Lisboa, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) comentou o caso de Tancos para repetir o que o partido tem vindo a afirmar: "A Justiça deve fazer o seu caminho e deve apurar todas as responsabilidades e todas as consequências. Portugal é uma democracia e é assim que deve funcionar".
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O caso, cuja acusação não é até ao momento conhecida, tem espoletado polémica sobre o possível conhecimento do presidente da República em relação à encenação montada, o que levou Marcelo Rebelo de Sousa a reagir novamente. Em Nova Iorque, à margem da Assembleia-geral das Nações Unidas, sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".
Este é um caso que no entender de Catarina Martins não deve entrar na agenda eleitoral. "É um caso que não é de agora e, portanto, julgo que não deve ser um caso de eleições, até porque já decorre há bastante tempo.
Contra dois Centenos, uma Mortágua
Num mercado que já conheceu "muito mais movimento", a banca de peixe de Maria Conceição, ainda está cheia. É por lá que a comitiva do BE também se demora uns instantes.
"A semana passada, houve um dia que fiz 50 euros numa manhã, quando o peixe está tão caro", queixa-se a vendedora. Trabalha no mercado de Benfica "vai fazer 48 anos daqui a dias", a data está gravada - "1 de outubro".
Enquanto Catarina Martins se passeia pelos corredores há indecisos que a confrontam. "Não há escolha", ouve-se de uma banca de pão. "Há, há", reage a candidata.
Isto foi antes de falar aos jornalistas, a quem explicou que não precisa entrar na "guerra de Centenos", entre António Costa e Rui Rio.
"Ainda bem que temos Mariana Mortágua. Sobre contas certas, uma das propostas que o BE fez e que, aliás, a Direita achava terrível, porque dizia que a classe média ia sofrer imenso, é que quem tem património imobiliário de luxo pagasse um bocadinho mais para apoiar a Segurança Social", frisou.
A líder dos bloquistas fez as contas à porta do mercado: "Este ano, esse bocadinho mais que nós pedimos a quem tem grandes fortunas são 180 milhões de euros e o aumento extraordinário das pensões são 134 milhões de euros, e é por isso que sabemos que podemos puxar pelas pensões, por quem menos tem, porque é possível fazer mais justiça".