O primeiro-ministro voltou a dizer, esta sexta-feira, no final da reunião do Conselho Europeu, que a escolha de Portugal para acolher a final da Liga dos Campeões é a prova de que Portugal é um destino seguro.
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"Não estou preocupado com a imagem internacional de Portugal. A resposta muito clara foi dada pela UEFA", disse António Costa, confrontado com as limitações impostas por países estrangeiros a Portugal, e referindo-se à escolha do país para ser palco da final da Liga dos Campeões.
"Não é momento para traçar linhas vermelhas, mas sim abrir vias verdes", continuou o primeiro-ministro, acrescentando que as várias medidas impostas "não se tratam de um cheque em branco".
"Temos de saber comparar dados"
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O chefe de Governo disse ainda que "temos de saber comparar dados" e que "não podemos comparar o número de casos, sem ter em conta o número de testes que cada país realiza". "Só Chipre, Estónia e Letónia estão em melhor condição que Portugal", considerou Costa, confirmando que se têm realizado mais testes de diagnóstico.
"Países com metade ou com um terço dos testes feitos não se podem comparar com Portugal", constatou, assegurando que "não é para ficar bem na fotografia" que o país vai deixar de levar a cabo ações de testagem. "Não vamos deixar de fazer aquilo que é preciso do ponto de vista da saúde pública".
Costa afasta retaliações contra países que limitam entradas a partir de Portugal
António Costa afastou, ainda assim, a possibilidade de retaliar contra Estados-membros europeus que estão a vedar ou limitar entradas de passageiros de voos com origem no território nacional.
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"A reação diplomática nacional é feita através dos canais próprios - é isso que temos feito e é isso que iremos continuar a fazer. Não é prática de Portugal fazer retaliações, nem é prática de Portugal ter esse tipo de visão das relações internacionais", declarou, após ser questionado sobre qual a reação político-diplomática que o seu Governo adotará face aos Estados-membros da União Europeia que estão a colocar entraves à chegada de passageiros provenientes do país.
Nas respostas aos jornalistas, António Costa salientou que nenhum país "está a proibir a entrada de portugueses, havendo sim Estados-membros que estão a restringir voos a partir de Portugal, ou a impor quarentena a quem venha de território nacional".
"A imposição de quarentena é independente da nacionalidade. Se um austríaco vier a Portugal, no regresso ao seu país também fica sujeito a quarentena", referiu.
Acordo sobre fundo de recuperação já em julho
O primeiro-ministro manifestou-se "agradado" com o resultado da discussão em Conselho Europeu da proposta da Comissão para a criação de um fundo de recuperação e considerou ser possível alcançar um acordo em meados de julho.
Segundo o primeiro-ministro, ao longo do debate em torno da proposta da Comissão Europeia, que classificou como "inteligente", nenhum Estado-membro colocou objeções de fundo, apenas avançando com discordâncias parcelares, "e todos manifestaram a intenção de que se alcance um acordo em julho".
A proposta de Bruxelas de fundo de recuperação da economia europeia no pós-pandemia de covid-19 aponta para um montante global de 750 mil milhões de euros - 500 mil milhões em subvenções e 250 mil milhões em empréstimos -, estando ainda em discussão um Quadro Financeiro Plurianual revisto para 2021-2027 no valor de 1,1 biliões de euros.
Portugal poderá vir a arrecadar um total de 26,3 mil milhões de euros, 15,5 mil milhões dos quais em subvenções e os restantes 10,8 milhões sob a forma de empréstimos (voluntários) em condições muito favoráveis.