Ministério Público de Coimbra não recebeu denúncias contra investigadores do CES
O Ministério Público de Coimbra revelou, esta segunda-feira, que não recebeu, até ao momento, qualquer denúncia contra os dois investigadores do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, entretanto suspensos de todos os cargos que ocupavam.
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"Não recebemos nenhuma denúncia em relação aos dois visados: os doutores Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins. Sobre denúncias contra outros investigadores do CES, sem nomes concretos não temos maneira de averiguar", referiu.
À agência Lusa, a mesma fonte disse ainda que o Ministério Público não irá iniciar qualquer inquérito sobre esta matéria, uma vez que "tudo indica serem crimes semipúblicos".
"À partida, sem a queixa dos respetivos titulares, não iremos oficiosamente iniciar qualquer inquérito", explicou.
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Três investigadoras que passaram pelo CES denunciaram situações de assédio e violência sexual por estes dois membros do centro de estudos, num capítulo do livro intitulado "Má conduta sexual na Academia - Para uma Ética de Cuidado na Universidade", publicado pela editora internacional Routledge.
As autoras do capítulo, a belga Lieselotte Viaene, a portuguesa Catarina Laranjeiro e a norte-americana Myie Nadya Tom, estiveram no CES, como, respetivamente, investigadora de pós-doutoramento (com uma bolsa Marie Curie) e estudantes de doutoramento.
Os investigadores Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins acabaram por ser suspensos de todos os cargos que ocupavam no CES, até ao apuramento das conclusões da comissão independente que a instituição está a constituir para averiguar as acusações de que são alvo.
Após surgirem notícias sobre o capítulo, os dois investigadores negaram todas as acusações.
Mais tarde, duas mulheres - Bella Gonçalves e Moira Ivana Millan - revelaram também ter sido alvo de alegada assédio sexual por parte de Boaventura de Sousa Santos, que ainda não pronunciou quanto a estes dois casos.
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