A nova presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) tomou posse, esta quarta-feira, em Setúbal, e adiantou como principal objetivo para o mandato de quatro anos a transformação dos Institutos Politécnicos em universidades politécnicas.
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Maria José Fernandes quer "ir mais longe no trabalho que vem sendo desenvolvido pelo CCISP há anos para atribuir a designação de universidades politécnicas aos institutos politécnicos, permitindo assim a realização de doutoramentos".
A nova presidente do CCISP é a primeira mulher a assumir o cargo, sucedendo assim a Pedro Dominguinhos. A cerimónia decorreu no instituto politécnico de Setúbal, onde Maria José Fernandes frisou a ambição de "atrair novos públicos para o ensino politécnico, jovens e adultos".
"A atração de novos públicos pode acontecer através de uma maior ligação ao ensino secundário, com a aposta nos Cursos Técnicos Superiores Tecnológicos, e não só com jovens como com adultos no contexto de formação ao longo da vida", afirmou Maria José Fernandes. A nova presidente ambiciona reforçar a investigação e inovação que é feita nos politécnicos por todo o país, "sempre em estreita ligação com o tecido empresarial e as suas necessidades", bem como aproveitar as verbas do PRR para melhorar a qualidade de ensino.
Maria José Fernandes é, desde 2017, presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave e, desde 2018, assumia funções como vice-presidente do CCISP.
Durante a cerimónia, Pedro Teixeira, secretário de Estado do Ensino Superior, salientou o papel dos Politécnicos no "desafio de restruturação da economia". O governante considera que o "as verbas para o ensino superior são sempre escassas" e espera que o atual Governo tenha em conta que "o conhecimento e a tecnologia devem ser o eixo estruturante de todas as políticas".
Pedro Teixeira pediu a continuação do trabalho dos Politécnicos em prol do combate às "desigualdades do ponto de vista territorial que existem hoje" e lamentou que existam casos de competitividade entre instituições em vez de complementaridade.