Portugal com bolo de 45 mil milhões em subsídios, Algarve com fatia de 300 milhões
Portugal vai arrecadar, com o orçamento da União Europeia a longo prazo e o Fundo de Recuperação, 45 mil milhões de euros em subsídios, destinando 300 milhões à região do Algarve, devido à quebra no turismo.
Corpo do artigo
Falando esta terça-feira aos jornalistas em Bruxelas, minutos depois de o Conselho Europeu ter chegado a acordo sobre um pacote total de 1,82 milhões de milhões de euros para retoma da economia comunitária pós-crise da covid-19, António Costa indicou que, "no total, entre verbas disponíveis através do próximo Quadro Financeiro Plurianual e verbas mobilizadas a partir do Fundo de Recuperação, Portugal terá disponíveis 45 mil milhões de euros" nos próximos sete anos. Trata-se de um acréscimo de 37% face ao valor de que o país dispunha segundo o anterior Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020.
Entre os 45,1 mil milhões de euros que o país irá agora arrecadar incluem-se 15,3 mil milhões de euros em transferências a fundo perdido no âmbito desse programa para a recuperação económica, e 29,8 mil milhões de euros em subsídios do orçamento da UE a longo prazo. E, embora não entrem nestas contas, a estes montantes acrescem 10,8 mil milhões de euros em empréstimos, ainda no âmbito do Fundo de Recuperação.
12445299
300 milhões para o Algarve
Destacando que este acordo europeu surge numa altura em que Portugal "luta para continuar a conter a pandemia, para manter vivas as empresas, os postos de trabalho e os rendimentos das famílias", António Costa notou também a necessidade de dar "energia suplementar" ao país. E foi nesse âmbito que anunciou um "programa específico para a região do Algarve", suportado por 300 milhões de euros adicionais na área da Coesão, e que visa "apoiar a diversificação da sua economia, melhorar infraestruturas e fazer investimentos necessários no setor da saúde".
"A crise que estamos a atravessar tem atingido particularmente o turismo, o que tem significado um sacrifício muito particular para a região do Algarve, sendo aliás aquela onde o desemprego tem subido de forma mais dramática, e é uma região que, sendo de transição, já há vários anos que tem uma dotação de fundos inferior a outras regiões", justificou António Costa.
Marcelo saúda "histórico resultado"
Numa mensagem publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa saudou o "histórico resultado" da reunião do Conselho Europeu. "Ao acordar um orçamento de 1,82 milhões de milhões de euros para os próximos sete anos, a União Europeia dá prova da sua força e da sua dinâmica, da capacidade de decidir democraticamente no diálogo, difícil mas profícuo, entre os seus 27 Estados-membros, no respeito de todos e na procura dos interesses comuns".
"Para Portugal é também um excelente resultado com uma perspetiva de vir a receber mais de 45 mil milhões de euros, uma ajuda determinante para combatermos a crise social e económica que a pandemia provocou, que deveremos usar com rigor e critério, constituindo uma nova esperança para o futuro de todos nós", acrescenta o Presidente da República.