Ana Gomes ao lado de Pedro Nuno Santos: "Sai a tempo de revigorar o PS, espero"
No rescaldo imediato da demissão de Pedro Nuno Santos do Governo, a socialista Ana Gomes espera que o futuro do partido passe pelo agora ex-governante.
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Pedro Nuno Santos já nem aparece no site do Governo como membro da presente legislatura, mas há quem não hesite em apontar-lhe futuro no PS, mesmo carregando às costas um dossiê complicado, polémico e pouco consensual como tem sido o da TAP. A socialista Ana Gomes reagiu à demissão do até agora ministro da Habitação e das Infraestruturas, elogiando-o tanto pela decisão de se demitir como pela obra que deixou enquanto governante.
A antiga deputada europeia, candidata à presidência da República em 2020 (sem o apoio do partido) e a quem são conhecidos diferendos políticos com António Costa, foi categórica nos desejos que manifestou para o ministro demissionário - figura de relevo no partido, da ala mais à esquerda, e muitas vezes apontado como possível sucessor de Costa e candidato a primeiro-ministro -, colocando-o mesmo numa posição de liderança.
"Pedro Nuno Santos sai, como sempre esteve no Governo: com seriedade, convicção e dignidade. E com ambição para o país. A tempo de revigorar o Partido Socialista, espero", escreveu no Twitter, horas depois de Pedro Nuno Santos ter apresentado a demissão na sequência da mais recente polémica na TAP.
"Responsabilidade política" explica saída
Pedro Nuno Santos demitiu-se do cargo de ministro das Infraestruturas e da Habitação, justificando a saída com a "perceção pública e sentimento coletivo" gerados pela indemnização de 500 mil euros paga pela TAP a Alexandra Reis, por sair antecipadamente da administração da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos.
Num comunicado emitido já depois da meia-noite desta quinta-feira (o horário tardio do anúncio não é uma estreia), o governante demissionário negou envolvimento ou conhecimento do acordo entre a empresa pública tutelada pelo seu ministério e a agora ex-secretária de Estado do Tesouro, afastada por Medina dois meses depois de ter tomado posse no Governo. Mas assumiu a "responsabilidade política" do caso. Quem também saiu de cena foi o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, que "não viu incompatibilidades entre o mandato inicial dado ao Conselho de Administração da TAP e a solução encontrada". Com estas duas novas saídas, sobe para dez o número de baixas no Governo, desde que o Executivo tomou posse, em março.