Sindicato exige apoio para família de trabalhador atropelado por carro de Cabrita
Após um mês da morte de Nuno Santos, o trabalhador atropelado pelo carro oficial do Ministério da Administração Interna, na A6, a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro exige o fim do "passa-culpas" e apoio para a família do trabalhador. O sindicato garante ainda já ter requerido a intervenção da ACT e solicitado reuniões com as administrações da BRISA e da ARQUIJARDIM. "A culpa não pode morrer solteira", adverte o sindicato.
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Quatro semanas de "um silêncio ensurdecedor". É assim que a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM) assinala um mês após a morte de Nuno Santos, o trabalhador que foi atropelado na A6 pelo carro oficial do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. A federação sindical exige "celeridade" nas averiguações, bem como a garantia da "subsistência da família do trabalhador" e do "pagamento da indemnização devida".
"Depois da fase do 'passa-culpas' entre o Governo, a Brisa e a Arquijardim, verifica-se um 'silêncio ensurdecedor' que indicia um procedimento moroso, burocrático e rotineiro do apuramento de responsabilidades", criticou FEVICCOM, num comunicado enviado ao JN, garantindo já ter solicitado reuniões às administrações da BRISA e da ARQUIJARDIM, bem como a intervenção da ACT.
"Uma situação que importa combater dado que, se não é possível dar vida a quem nos deixou precocemente, é preciso que as entidades competentes, as empresas envolvidas e a companhia de seguros deem celeridade às averiguações, identifiquem as causas do dramático acidente, garantam a subsistência da família do trabalhador e assumam o pagamento da indemnização que lhes é devida", lê-se na nota.
Frisando que este é "mais um caso em que um trabalhador encontrou a morte quando estava a trabalhar", a federação sindical sublinha que "o acidente recoloca na ordem do dia a importância do investimento das empresas na saúde e segurança no trabalho". Uma área que, "lamentavelmente", é "vista por muitas entidades patronais como um custo e não como uma mais-valia na proteção dos trabalhadores e na produtividade das empresas".