Pensões sobem, a Suécia acautela-se, o assédio não se tolera, uma revolução vista por dentro e a moda vista de fora.
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Por cá, o dia noticioso destaca dinheiro. Mais dinheiro. No final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro António Costa anunciou um "aumento intercalar das pensões a partir de julho". Uma subida de 3,57%. Juntando este aumento ao ocorrido em janeiro, Costa afirma que "não haverá qualquer perda de poder de compra" dos pensionistas. Na conferência de imprensa que se seguiu à realização do Conselho de Ministros, Ana Mendes Godinho, ministra da Segurança Social, referiu que março último viu o menor número de pessoas desempregadas inscritas no Instituto do Emprego e Formação Profissional nos últimos 30 anos, bem como "um aumento significativo dos valores médios dos salários declarados à Segurança Social". Também se falou da redução do IVA para 0% em vários bens alimentares, que entra em vigor amanhã, terça-feira 18: António Costa revelou "confiança" que produtores e distribuidores façam refeltir esta descida nos preços a pagar pela população. Por fim, apontou-se maio como o mês de início do pagamento de apoios às rendas e de bonificação de juro para quem tem taxas de esforço com a renda que superem os 35%.
Enquanto a adesão à NATO permanece refém da chantagem do regime turco de Recep Tayyip Erdogan, a Suécia iniciou hoje as suas maiores manobras militares em 25 anos. Decorrem até 11 de maio em todo o país e envolvem 26 mil militares de 14 países. Com um vizinho, a Rússia, tomado por um regime genocida, todo o cuidado é compreensível.
Na trágica (e sem fim à vista, seguramente nas décadas próximas) história de denúncia de abusos sexuais, com graus diversos de gravidade, em centros de poder demasiado resguardados e temidos por demasiado tempo, ecos de um caso em curso. Amilcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra, disse que a instituição que lidera terá sempre "tolerância zero" em relação a atos de assédio sexual, moral ou outros. Falava em geral e em abstrato, já que o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, foco do mais recente caso mediático de acusação de assédio e violência sexual, "é uma entidade autónoma juridicamente da Universidade" e, portanto, não tem "jurisdição sobre o CES". Além disso, justifica-se Amilcar Falcão, "o próprio CES já desencadeou um conjunto de mecanismos no sentido de averiguar a situação". Também esta tarde, soube-se que o Ministério Público de Coimbra ainda não recebeu denúncias contra os investigadores do CES, Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins.
Para lembrar coisas boas, a "Evasões" anuncia que o Quartel do Carmo, epicentro da revolução de 25 de Abril de 1974, é visitável a partir de amanhã, terça 18, até 20 de maio. Há visitas guiadas, um Museu da Guarda para conhecer e uma exposição temporária, "O Quartel do Carmo na Revolução de Abril".
Já na "Notícias Magazine", a lembrança é outra. O percurso da moda é um processo incessante de avanços estéticos e recuperações do passado, mais todo o terreno incerto e fértil entre esses dois (aparentes) extremos. E quanto mais passado se acumula, mais intenso é o seu campo gravitacional. A explicação começa no título: "Na moda, nada se inventa, tudo se reinventa".