Dos subterrâneos da siderúrgica Azovstal, em Mariupol, <a href="https://www.jn.pt/mundo/o-alivio-chegou-a-zaporijia-mas-o-massacre-continua-em-mariupol-14822066.html" target="_blank">emergiram hoje 101 civis</a>, que uma operação conjunta das Nações Unidas e Cruz Vermelha permitiu fazer chegar a território menos dilacerado, Zaporíjia. Sobre a mesma fábrica, último reduto da resistência ucraniana na cidade costeira, prepara-se o exército russo para avançar com aviação e artilharia, segundo anúncio do Ministério da Defesa russo, que refere ainda o envolvimento de separatistas pró-Moscovo, de Donetsk, para "destruir as posições" ucranianas no complexo industrial. Depois do aviso, as forças ucranianas confirmaram um "poderoso ataque" à fábrica de aço, "com o apoio de veículos blindados e tanques", de que terão resultado dois mortos e dez feridos. Nas caves do complexo, mantêm-se centenas de civis retidos. António Guterres disse esperar que a coordenação da ONU com Kiev e Moscovo "leve a mais pausas humanitárias".
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Putin assinou, entretanto, um decreto a retaliar contra "ações não amigáveis de certos estados estrangeiros e organizações internacionais", anunciou o Kremlin. O documento vem travar a exportação de produtos e matérias-primas para os países e entidades que aplicaram sanções a Moscovo. "A Ucrânia vencerá e será livre", atirou hoje o primeiro-ministro britânico no Parlamento ucraniano. Boris Johnson, que foi aplaudido de pé pelos parlamentares e prometeu mais ajuda militar e humanitária para combater a invasão russa, diria ainda: "Vocês são senhores do vosso destino e ninguém pode ou deve impor nada aos ucranianos". O novo pacote de ajuda britânico, de 300 milhões de libras, inclui radares, drones de transporte pesado e dispositivos de visão noturna. Já o reeleito presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a endereçar hoje ao homólogo russo o pedido de cessar-fogo na Ucrânia.
Baralharam-se as contas do Governo, na apregoada queda do preço dos combustíveis. O anúncio da descida de cerca de 15 cêntimos foi parcialmente anulado pela cotação do Brent do Mar do Norte. A Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas acusa, em declarações ao JN, o Executivo de ter feito uma previsão errada, posição corroborada pela DECO Proteste. António Costa tinha apontado para uma descida de 15,5 cêntimos na gasolina e de 14,2 no gasóleo, benefício parcialmente anulado pelo Brent, quando a sua cotação, na semana passada, subiu cerca de quatro cêntimos, a que se soma quase um cêntimo de subida motivada pela desvalorização do euro.
O surto de hepatite aguda - que acionou os alarmes a nível global, com o alerta lançado pela OMS a 15 de Abril - já terá entrado em Portugal, com dois casos suspeitos que chegaram ao conhecimento das autoridades de saúde europeias por canais informais, ainda antes de serem reportados à Direção-Geral da Saúde. As duas crianças terão sido assistidas num hospital privado em Abril, e apresentam evolução clínica favorável. São já mais de 200, os casos identificados em todo o mundo.
Aqueles para quem a Covid se atravessou nos dias de inverno, e que não chegaram a tomar a terceira dose, serão agora chamados a fazê-lo. A garantia foi dada hoje pela diretora-geral da saúde, Graça Freitas, que referiu ainda que a vacinação é para continuar, após "uns meses de acalmia". Já a quarta dose, mantém a DGS, será administrada no arranque do outono apenas a maiores de 80 anos e aos residentes em lares, de modo a prevenir nova vaga no inverno.
Os partidos que defendem a despenalização da eutanásia esperam que, à terceira, a intenção legislativa não esbarre no veto de Belém. Depois de o Bloco de Esquerda apresentar um projeto de lei, agora foi a vez de o PS entregar um diploma que visa clarificar os conceitos que instalaram a dúvida no presidente da República. A expectativa dos socialistas é que um novo diploma seja aprovado até setembro. A este documento vão juntar-se os dos liberais e do PAN, que também estão a ultimar iniciativas legislativas.
Soltou-se no coração da cidade, o ímpeto dos estudantes que, durante dois anos, por conta da pandemia, se viram impedidos de cumprir a grande marcha que marca o culminar do ano letivo. O cortejo académico, agora na 100.ª edição, partiu da Rua Camões e seguiu até aos Aliados entre "nostalgia" e "felicidade", conforme contaram alguns dos finalistas ao JN. Percurso agora reduzido, que não estancou o ânimo de quem segue depois para a festa que se estende, noite dentro, no Queimódromo, o grande palco dos estudantes.
Ameaçada em vários pontos do globo, sobretudo em regimes onde o livre exercício do jornalismo é o primeiro alvo a abater, a liberdade de imprensa tem o dia de hoje consagrado no calendário. O presidente da República, em mensagem escrita, apontou nesta data para o quadro de precariedade que afeta boa parte dos profissionais da comunicação social e para o consumo de "informação desvirtuada, sem contraditório ou mesmo falsa" das redes sociais. Instituído em 1993, pelas Nações Unidas, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa prevalece sobretudo como um alerta sonoro para o contínuo estrangulamento a que estão sujeitos os jornalistas e o Jornalismo. Desde o início do ano, são já 25, os jornalistas assassinados em todo o mundo, e 480, os que se encontram detidos, segundo dados dos Repórteres Sem Fronteiras, que colocam Portugal na 7.ª posição no ranking de 2022 da Liberdade de Imprensa, entre 179 países e territórios.