No mesmo dia em que o líder chinês reconheceu que o nuclear não pode ser uma opção na Ucrânia, Volodymyr Zelensky entrou vitorioso em Kherson, ao cabo de quase nove meses de ocupação russa, e classificou o momento como <a href="https://www.jn.pt/mundo/zelenzky-acredita-que-reconquista-de-kherson-e-o-inicio-do-fim-da-guerra-15350187.html" target="_blank">"o início do fim da guerra"</a>. O presidente ucraniano passeou pelas ruas da cidade, distribuiu medalhas aos soldados e cantou o hino nacional enquanto assistia ao içar da bandeira junto a um edifício público.
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"Estamos passo a passo a chegar a todos os territórios temporariamente ocupados", disse Volodymyr Zelensky, acrescentando que a Ucrânia pagou um "preço elevado", em mortos e feridos, para reconquistar Kherson. As forças ucranianas entraram na cidade na sexta-feira, depois de milhares de soldados russos terem passado para a margem oriental do rio Dniepre, conforme havia sido noticiado por Moscovo dois dias antes, em sinal de reconhecimento da superioridade numérica dos militares ucranianos.
Ao otimismo do presidente da Ucrânia soma-se nesta segunda-feira uma posição clara da China em relação ao recurso ao armamento nuclear no conflito, tornada pública depois de um encontro entre Xi Jinping e Joe Biden que decorreu à margem da cimeira do G20, na Indonésia. Os líderes das duas maiores economias do Mundo estiveram reunidos durante quase três horas, tendo a questão do nuclear sido suscitada pelo presidente norte-americano, não só em relação à Ucrânia, mas também em relação à Coreia do Norte.
Por cá, travam-se outras guerras. Enquanto prossegue no Egito a cimeira da ONU sobre as alterações climáticas, os jovens ativistas do movimento "Fim ao Fóssil" que têm vindo a manifestar-se em Lisboa fecharam a cadeado o Liceu Camões. Depois de uma reunião com a direção, assumiram o compromisso de permitir o normal funcionamento das aulas a partir de amanhã, uma vez que os responsáveis pela escola garantiram que a temática que move estes manifestantes será debatida em contexto escolar.
No sábado, um grupo de ativistas do movimento chegou a invadir o edifício da Ordem dos Contabilistas, onde decorria uma reunião com o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, cuja demissão defendem. Tiveram de ser retirados pela Polícia. Entretanto, foi anunciado que o titular da pasta vai recebê-los na tarde desta terça-feira.
Deixamos aqui ainda o destaque para a 12.ª edição do Prémio Literário José Saramago, que foi atribuído ao escritor brasileiro Rafael Gallo pelo romance "Dor fantasma", a publicar em Portugal pela Porto Editora.
Instituído pela Fundação Círculo de Leitores para celebrar a atribuição do Nobel da Literatura em 1998, este galardão teve a primeira edição no ano seguinte e distinguiu então Paulo José Miranda. José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares e Valter Hugo Mãe são outros dos escritores distinguidos pelo Prémio Literário José Saramago, tal como Afonso Reis Cabral, galardoado em 2019.
José Saramago morreu a 18 de junho de 2010. Nesta quarta-feira, dia 16, passam 100 anos sobre o seu nascimento.
O leitor encontrará muitos outros motivos de leitura em jn.pt.