Desta vez, não foram os sindicatos, nem os partidos à esquerda do PS que o disseram. Foi a Organização Mundial de Saúde (OMS), que, através da diretora do seu Departamento de Preparação Sanitária, Stella Chungong, <a href="https://www.jn.pt/nacional/oms-aponta-falta-de-recursos-humanos-como-grande-desafio-do-sns-14831775.html" target="_blank">alertou para a escassez de profissionais no nosso SNS</a>, apontando caminho ao Governo: "Se [os profissionais do SNS] não virem incentivos claros para que permaneçam, façam o seu trabalho e se sintam felizes, irão para outros sítios", declarou, na sede do Infarmed, em Lisboa.
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O Governo prometeu, esta sexta-feira, investimento público, mas na área da segurança. Até ao final do ano, vão ser abertos concursos para contratar mais mil polícias e mais 1600 militares da GNR, garantiu o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, na Assembleia da República (AR).
É da AR que se espera solução para outro problema, que ela própria criou e que, esta sexta-feira, voltou a ser notícia: o Tribunal de Coimbra teve de adiar uma sentença porque, há cerca de um mês, uma nova lei veio impedir que as pessoas coletivas arguidas (empresas, fundações, etc.) sejam representadas em juízo por pessoas singulares também arguidas. Assumindo que esta mudança e aquela que alargou os impedimentos dos juízes vão criar ainda mais entropias na já morosa justiça criminal, o Governo mandou para a AR propostas legislativas para as reverter. Até que o Legislador recue, vamos, seguramente, dar mais notícias de outros adiamentos nos tribunais.
Ainda na Justiça, a jornada informativa também foi marcada pela decisão da Relação de Lisboa de não levar a julgamento, por alegados crimes de abuso de poder, falsificação e denegação de justiça, o juiz Carlos Alexandre e a escrivã Maria Teresa Santos. Os arguidos eram acusados pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates de terem distribuído manualmente a Operação Marquês para ser aquele juiz, e não outro, a tratar do processo.
Entretanto, a torrente noticiosa do 72.º dia da guerra na Ucrânia começou com a informação de que estava em curso uma nova operação das Nações Unidas para a retirada de civis da fábrica de aço Azovstal, em Mariupol. Isto, apesar das informações, veiculadas pelo lado ucraniano e desmentidas pelo russo, de que os militares de Moscovo não tinham cessado os bombardeamentos da unidade fabril.
Por cá, os efeitos secundários da guerra sentiram-se em novo episódio da polémica sobre o acolhimento de refugiados ucranianos, no município de Setúbal, por cidadãos russos. Vários partidos propuseram que o presidente da Câmara de Setúbal fosse prestar contas à AR, mas o PS inviabilizou a audição. "Parece-nos que a resposta perante o órgão de fiscalização político de uma Câmara Municipal é a respetiva Assembleia Municipal", argumentou o socialista Pedro Delgado Alves.
Mais pacífica, aparentemente, foi a eleição do reitor da Universidade do Porto. António de Sousa Pereira foi reeleito para um segundo mandato, que vai até 2026, com 13 votos do Conselho Geral da Universidade do Porto. Altamiro da Costa Pereira recebeu cinco votos, João Falcão e Cunha teve três e Anand Agrawal não recebeu nenhum. Dois membros do Conselho Geral, insatisfeitos com a oferta, votaram em branco.