Pequenas esperanças no meio da tragédia e a estupidez a nível global
A real dimensão dos terríveis terramotos que assolaram a Turquia e a Síria faz-se de números absolutamente assustadores, mas, como sempre acontece nestas tragédias, também surgem imagens de esperança, que contrastam, em absoluto, com exemplos da estupidez humana que nos chegam de vários pontos do planeta.
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Um dia depois dos dois abalos ainda é cedo para fazer balanços definitivos, mas os provisórios são chocantes quanto baste. Já estão confirmados mais de cinco mil mortos, mas a Organização Mundial da Saúde admite que este número pode facilmente ascender aos 20 mil e que a tragédia afetará, direta e indiretamente, 23 milhões de pessoas.
O presente é feito de operações de resgate e, mesmo com a falta de meios para lidar com tamanha destruição, sobretudo num país como a Síria, devastado por uma sangrenta guerra civil, surgem lampejos de esperança, como os salvamentos de um menino de cinco anos ou de um recém-nascido, cujos pais e quatro irmãos morreram.
O Mundo apressou-se a oferecer ajuda e a solidariedade chega até de quem dela precisa, como a Ucrânia, que disponibilizou 87 socorristas, enquanto de Portugal vão seguir, esta quarta-feira, 53 operacionais especializados em resgates.
E se é verdade que, nestes momentos, até se esquecem rivalidades antigas - a Arménia vai ajudar a Turquia, apesar de os dois países não terem relações diplomáticas há muitos anos -, por outras latitudes há quem se prepare para a guerra.
O líder da Coreia do Norte quer o exército em estado de prontidão e se o tom belicista de Kim Jong-Un não é propriamente novidade, do Brasil chega-nos uma história tão caricata como ridícula. Um advogado, de 40 anos, conhecido por ser um defensor do direito de porte de arma, morreu atingido pela própria pistola de 9mm, depois de ter entrado com a mesma numa sala onde a mãe ia fazer uma ressonância magnética.
Na Sérvia, um deputado demitiu-se depois de ter sido apanhado a ver pornografia, no telemóvel, em pleno Parlamento, enquanto, por cá, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acusa o Ministério da Defesa de "desprezo absoluto pela realidade", isto a propósito da resposta por parte da tutela sobre o facto de instalações militares da cidade Invicta estarem a ser ocupadas por toxicodependentes.
E se o autarca defende que o poder central vive alheado dos problemas dos cidadãos, também o treinador do F. C. Porto, Sérgio Conceição, voltou a falar da azia que o sucesso a norte causa, enquanto responde às críticas que lhe foram dirigidas por um comentador televisivo. "Uma verdadeira palhaçada".