Tal como indicavam as sondagens, Giorgia Meloni venceu as eleições legislativas em Itália e prepara-se para ser a primeira mulher a assumir o cargo de chefe de Governo no país. Embora a vitória represente um marco na luta pela igualdade de género em cargos políticos, a ideia de ter uma líder ultraconservedora, e que tem como ídolo Benito Mussolini, a comandar os destinos de uma das maiores economias da Europa não agrada a alguns dos membros do bloco comunitário, que se têm dividido nas reações. Uma Europa fragmentada e ensombrada pelo fantasma fascista? Música para os ouvidos de Vladimir Putin.
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"O povo italiano deu uma lição de humildade à União Europeia que, pela voz da senhora Von Der Leyen, procurou impor-lhes o seu voto", frisou o eurodeputado e presidente interino do partido francês União Nacional, liderado por Marine Le Pen, que usou as felicitações a Meloni para fazer críticas à presidente da Comissão Europeia. Mas não foi o único. A própria Marine Le Pen, o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki e, por cá, André Ventura, presidente do Chega, também congratularam a nova líder.
Mas o sentimento de satisfação não é consensual. O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol não mediu as palavras e alertou para o crescimento dos populismos, que "acabam sempre em catástrofe". Itália até pode não se tornar num aliado de Putin, mas pode fazer tremer quem deseja uma União Europeia com uma só voz.
Da política à religião, de Roma surge a notícia de mais uma nomeação. Desta vez com o carimbo português. Aos 56 anos, o cardeal Tolentino de Mendonça foi escolhido para ocupar o cargo de prefeito do novo Dicastério para a Cultura e a Educação, noticia a jornalista Emília Monteiro, que já tinha antecipado a escolha do Papa Francisco no seguimento da reforma da Cúria Romana.
No mesmo dia, uma nuvem negra voltou a pairar sobre a Igreja Católica, com a revelação de mais denúncias de abusos sexuais. Desta vez, foi a Companhia de Jesus a informar que oito padres jesuítas são suspeitos de terem abusado de crianças e jovens ao longo de 40 anos. Mas, neste caso, será difícil aplicar a máxima "a justiça tarda, mas não falha". É que todos os suspeitos já morreram.
O Governo comunicou que pretende aumentar a representação feminina no desporto até 2030, com o objetivo de ter mais "mulheres como líderes e presidentes de organizações desportivas, treinadoras nas várias modalidades, como árbitras e também nos lugares mediáticos do desporto". Um passo para a igualdade de género. No entanto, a discriminação pode assumir várias formas e este conceito ainda parece estar demasiado vivo no desporto.
Conta o jornalista Salomão Rodrigues que uma equipa de futebol de 7, composta por indivíduos de etnia cigana e por "vareiros" de Espinho, foi excluída de um torneio da SuperLiga Porto 7, já depois de a inscrição ter sido feita e estar paga.
É caso para dizer discriminação 1 - 0 desporto.