A responsabilidade segundo Luís Montenegro e as acusações "fascizantes" do PCP
No dia em que o 25 de Novembro foi celebrado no Parlamento, o primeiro-ministro regressou ao tema do INEM e a violência doméstica voltou a ser assunto, com números aterradores.
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Depois das polémicas declarações sobre "o país que pulula todos os dias, apesar dos problemas do INEM”, e de ter acusado os anteriores governos de desviarem verbas do instituto de emergência médica, o primeiro-ministro voltou, nesta segunda-feira, ao tema, para uma reflexão sobre a responsabilidade política que, não sendo totalmente esclarecedora, deixou um ponto claro: Luís Montenegro não tenciona demitir quem quer que seja, na sequência da investigação às 11 mortes em que houve atraso no socorro por parte do INEM (sendo preciso apurar se algumas delas resultou, de facto, do atraso).
O chefe do Executivo começou por dizer que se houver responsabilidades políticas “elas terão de ser assumidas”, acrescentou que essas responsabilidades podem chegar ao próprio primeiro-ministro, mas logo ressalvou que “assumir responsabilidades políticas não significa demitir-se”. Ficou por perceber o que significará exatamente. Pode ler estas e outras declarações que o primeiro-ministro fez sobre o caso do INEM aqui.
O dia fica também marcado pelas celebrações do 25 de Novembro. Com o PSD a exaltar “o triunfo da moderação sobre o extremismo” e o PS a atirar aos que querem “quebrar a concórdia nacional”, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a data consolidou a democracia, mas que "o 25 de Abril foi mais marcante". Sem surpresa, as declarações mais radicais vieram dos extremos. Um "desfilar de conceções retrógradas, reacionárias e fascizantes", acusaram os comunistas. Já o Chega invocou “o verdadeiro dia da liberdade”.
A nível internacional, esta segunda-feira foi inundada por notícias relacionadas com acidentes aparatosos: um avião que se despenhou na Lituânia (há vídeo deste infeliz acidente e está aqui), um autocarro que capotou e caiu numa ravina no Brasil, matando várias crianças, um naufrágio de um cruzeiro no Mar Vermelho, com quase duas dezenas de desaparecidos a registar.
No futebol, o foco nacional vai para o mau momento do F. C. Porto, que já levou o treinador Vítor Bruno a requisitar segurança privada. O JN preparou um interessante explicador sobre os motivos da crise azul e branca. De Inglaterra, chega-nos um “update” de uma história inusitada: Ed Sheeran pediu desculpa a Rúben Amorim. Ora aí está algo que seguramente o técnico português não julgava possível quando se mudou para Old Trafford. Se não está a par desta história, pode atualizar-se aqui.
A fechar, não porque o tema seja menos relevante, mas, pelo contrário, porque não pode ser esquecido, dou-lhe conta disto: no dia em que José Castelo Branco foi acusado pelo Ministério Público de violência doméstica – Betty terá sido vítima de violência física e psicológica desde que o casamento começou –, foi conhecido um relatório da ONU que nos dá conta que uma mulher morre a cada dez minutos no Mundo vítima de violência doméstica. Um número aterrador que nos leva de volta à responsabilidade. Sendo que aqui o conceito não inspira dúvidas: travar este flagelo é mesmo responsabilidade de todos nós.
Tenha uma boa semana, em paz, e de preferência pontuada por boas leituras.