De um Haiti ferido pelo caos ao elenco governativo que se anuncia em Portugal
É uma nação mergulhada num caldo de caos e violência, dominada pelos gangues, há muito presentes no território, que encontraram na ausência do primeiro-ministro terreno fértil para impor no Haiti um regime sem lei e mergulhar a sociedade numa crise política e social sem precedentes.
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As Nações Unidas descreveram esta quinta-feira a situação no Haiti como “catastrófica”. Quadro que levou o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, a lançar um apelo desesperado: "É chocante ver que, apesar do horror da situação no terreno, as armas continuam a circular. Apelo a uma implementação mais eficaz do embargo de armas". A jornalista Ana Isabel Moura explica-lhe o que colocou o país caribenho em suspenso, enquanto se aguarda a formação de um Governo de transição.
Ao longo da última semana, depois do maior atentado terrorista em solo russo dos últimos 20 anos, na passada sexta-feira, reivindicado no próprio dia pelo grupo Estado Islâmico, as autoridades Kremlin têm-se desdobrado em disseminar dúvidas, sugerindo o envolvimento da Ucrânia, e até de alguns dos aliados de Kiev, como Estados Unidos e Reino Unido, no ataque à sala de espetáculos em Krasnogosrsk, nos arredores de Moscovo, que provocou, até ao momento, 140 mortos e 360 feridos, prosseguindo as buscas nos escombros para encontrar mais de uma centena de desaparecidos. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, comparou esta quinta-feira os líderes russos a “comerciantes de estrume” que tentam espalhar “propaganda absurda” sobre o ataque.
Bastaram 15 minutos para o primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, apresentar a composição do novo Governo a Marcelo Rebelo de Sousa, deixando depois o Palácio de Belém em silêncio. Entre os 17 novos ministros, alguns nomes de peso no eixo PSD-CDS, como o eurodeputado Paulo Rangel, o novo chefe da diplomacia portuguesa, o ex-líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento, que assume a muito relevante pasta das Finanças, ou Nuno Melo, agora responsável pela Defesa, tutela incontornável num contexto de guerra no Leste europeu e com um programa que ainda não garante os 2% de investimento exigido pela NATO, como lhe conta aqui o jornalista Delfim Machado.
Dezassete nomes integram um elenco governativo onde figuram sete mulheres, como Rita Júdice, na Justiça, a repetente Maria da Graça Carvalho, por duas vezes ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, que agora toma em mãos a pasta do Ambiente e Energia, ou a historiadora da arte Dalila Rodrigues, antiga diretora do Museu Nacional de Arte Antiga, que assume os destinos da sempre depauperada Cultura.
Para desanuviar do país político e das convulsões do Mundo, o jornalista Ricardo Jorge Fonseca aborda a dimensão onírica e lúdica da primeira retrospetiva em Portugal, e a maior no continente europeu, da artista japonesa Yayoi Kusama, que se apresenta, até 29 de Setembro, no Museu de Serralves.