O ex-presidente do Governo da Madeira, atual arguido por corrupção, é o próximo presidente do arquipélago. Falhou a maioria absoluta por um deputado, mas o "parceiro privilegiado" conseguiu um assento parlamentar. Falta agora saber que condições o CDS vai impor para dançar este bailinho da Madeira.
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Ficou a 300 votos e um deputado, mas conseguiu a terceira vitória num ano e meio e o maior número de votos de sempre. Miguel Albuquerque, arguido num caso de corrupção, foi reeleito presidente do Governo Regional da Madeira e deverá liderar os destinos do arquipélago sem sobressaltos com o apoio do CDS-PP: os líderes dos dois partidos decidiram reunir-se hoje à tarde para arquitetar um acordo.
Numa altura em que ética e governação se cruzaram mais do que nunca, as leituras nacionais deste resultado regional são inevitáveis, mas ainda prematuras e até precipitadas. Se é certo que os madeirenses não valorizaram as suspeitas que recaem sobre Albuquerque e as sondagens também indiciam que Montenegrro também poderá ser reeleito, a dimensão dos indecisos ainda deixa as contas muito baralhadas.
Com 43,43% dos votos, o PSD passou de 19 para 24 lugares no Parlamento, consolidando a hegemonia que sempre teve na região. O grande vencedor foi, sem dúvida, Albuquerque que obteve a sua melhor votação de sempre, não obstante ser visado, juntamente com outros membros do seu executivo, num processo de obras inventadas de quase 900 milhões de euros. Não surpreendentemente, Luís Montenegro apressou-se a fazer uma interpretação nacional da “vitória extraordinária” na Madeira. E já hoje, em Vila do Conde, o primeiro-ministro que já está no papel de candidato a primeiro-ministro disse que é tempo de “olhar para o futuro com esperança”. O Governo não está de braços caídos, garantiu, mas sim “muito empenhado e muito ciente” da sua responsabilidade de não desperdiçar a oportunidade para transformar o país.
Se Albuquerque e Montenegro têm motivos para cantar vitória, para o PS, o cenário não podia ser mais desolador: passou de 21,62% para 15,62% no espaço de dez meses, de 11 para oito deputados, com a perda de mais de 6600 votos. Pela primeira vez, os socialistas deixam de ser o principal partido da Oposição – que agora passa a ser liderada pelo Juntos pelo Povo (JPP). E, também não surpreendentemente, Pedro Nuno Santos, recusou ver nas eleições da Madeira uma espécie de primárias das legislativas de maio e falou numa “derrota do PS da Madeira”. Leia-se, de Paulo Cafôfo.
Com 30 mil votantes (21,05%), o JPP consolidou-se como o segundo maior partido na região e Élvio Sousa é agora o principal rosto da Oposição na Madeira. Leia a história deste partido nascido em Santa Cruz – concelho que agora foi conquistado pelo JPP – neste texto.
No rescaldo das eleições regionais, destaque ainda para a queda do Chega (desce quatro pontos percentuais para 5,47% e de quatro para três deputados), da esquerda (PCP, BE e Livre) e do PAN que não conseguiram qualquer lugar no Parlamento regional.
Outro tema do dia é o protesto dos estudantes universitários. Concentraram-se na Praça do Rossio, em Lisboa, para fazer ouvir a sua causa: querem reforço das verbas para o Ensino Superior. “Nem congelada nem derretida, queremos o fim da propina!” é uma das mensagens dos estudantes de artes das Caldas da Rainha, que gritam palavras de ordem e empunham cravos vermelhos.
Neste Dia Nacional do Estudante, alunos de todo o país não exigiram apenas o fim das propinas. Querem mais e melhores residências públicas, mais bolsas de estudo, mais apoios para estudar. Veja as imagens do protesto e leia as inquietações de uma geração a braços também com a crise da habitação.
Sobre jovens versa outro dos temas desta segunda-feira: a promulgação, pelo presidente da República, do decreto que proíbe o casamento de menores. Até agora, a idade mínima para contrair matrimónio estava nos 16 anos, sendo, no entanto, necessária a autorização dos pais no caso de os jovens terem entre 16 e 18 anos. No final do mês de fevereiro, a Assembleia da República aumentou para os 18 anos a idade mínima para um jovem poder casar e retirou de vários artigos da legislação a referência à emancipação.
A nova legislação veda o casamento a menores e inclui o casamento infantil, precoce ou forçado no conjunto das situações de perigo que legitimam a intervenção para promoção dos direitos e proteção da criança e do jovem em perigo, alterando o Código Civil, o Código do Registo Civil e a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo.
É mais uma má notícia para Elon Musk. No ano passado, o fabricante chinês de veículos elétricos BYD ultrapassou a rival norte-americana Tesla em 2024, com vendas recorde na ordem dos 99,29 mil milhões de euros, uma subida de 29% face a 2023.
Enquanto a marca do homem mais rico do Mundo sofre, nas últimas semanas, as consequências da proximidade com a administração Trump, o gigante chinês registou um lucro líquido de 5,55 mil milhões de dólares (5,14 mil milhões de euros), mais 34% do que em 2023.
Para fechar, confira o cartaz completo do Marés Vivas, que regressa a Gaia de 18 a 20 de julho. Há Scorpions, Xutos & Pontapés, Thirty Seconds to Mars, Miguel Araújo, Os Quatro e Meia, Pedro Sampaio, Ozuna e Calema. Saia tudo AQUI.