No Havai arde tudo, na Supertaça ardeu o bom senso e na Alemanha ardeu um espião de extrema-direita. Valham os gelados artesanais e um português que se mostra ao mundo desde Londres.
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Quarteirão atrás de quarteirão atrás de quarteirão. Tudo impressiona nas imagens aéreas que sondam a destruição após dois dias de fogo na ilha de Maui, a segunda maior do arquipélago do Havai. Foram declaradas até este momento 55 mortes, mas o número poderá subir quando se vistoriarem todos os edifícios transformados em ruínas fumegantes. Edifícios que remetem para os supracitados quarteirões: será decerto um defeito inerente ao espírito do Antropoceno, mas a longa e geometricamente perfeita malha urbana incinerada que se avista a partir dos céus de Maui lembra à maioria de nós, gente que habita quarteirões parecidos, mais ou menos vastos, que as chamas não arrasam apenas lá longe, onde o cimento escasseia entre eucaliptos e pinheiros, e não se tem grande poder nem voz.
Ainda no domínio dos incêndios urbanos, conheceu-se o relatório do árbitro Luís Godinho, que apitou a final da Supertaça de futebol masculino de quarta-feira, em que o Benfica venceu, bem, o F. C. Porto por 2-0. Mais concretamente, ficou a saber-se o que Luís Godinho escreveu que o treinador Sérgio Conceição disse para ser expulso aos 90+6 minutos: vernáculo, a nomeação detalhada de um historial de expulsões e não-expulsões, um apreço negativo pelas qualidades profissionais do juiz. Não apaga da memória aqueles quatro minutos de vergonha alheia em que uma partida de futebol virou despique de recreio da primária.
A guerra do regime genocida russo não se faz apenas em chão ucraniano e sírio. À boleia da revista "Der Spiegel", soube-se que o oficial das Forças Armadas da Alemanha detido na quarta-feira devido a suspeitas de espionagem para Putin comandava o departamento do Exército que cuidava das aquisições de material de guerra eletrónico destinado a perturbar os sistemas de defesa aérea do inimigo. E provando que há sempre um testo previsível para cada panela, o semanário "Die Zeit" e o diário "Tagesspeigel", também germânicos, noticiam que Thomas H., o detido, era expansivo no apoio público ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha.
Olavo Abrantes foi para fora. Deixou Braga, seguiu para Londres, foi ganhando espaço na indústria audiovisual e hoje em dia faz desenho técnico de cenários para produções da Warner Bros (“Batman”) e da Netflix (“Enola Holmes 2”), entre outras. Tudo contado na "Notícias Magazine".
Refresque-se as ideias. Na "Evasões" dá-se conta da celebração do 73.º aniversário de uma instituição portuense, a gelataria Neveiros. Os festejos acontecem entre sábado 12 e terça 15 e incluem "ofertas especiais e brindes". Um doce fim de semana alargado.