A TAP não vai voar assim sem mais nem menos. A interrupção voluntária da gravidez nos centros de saúde é um avião ainda longe do destino. A linguagem inclusiva de género não levanta em todos os aeroportos. E ainda: cemitérios para mergulhar na história e um uísque que vai mesmo subir à cabeça.
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Boa noite. Na extensa história do privatiza-ou-não-privatiza a TAP, o capítulo de hoje podia chamar-se "À vontade não é à vontadinha". No Parlamento, António Costa afirmou que a privatização da companhia aérea não avançará se os critérios primordiais do processo não forem cumpridos: a "preservação da importância estratégica" da empresa para a economia nacional e do hub de Lisboa.
O direito à saúde sexual e reprodutiva das mulheres, direito humano básico, também passou hoje pelo Parlamento. Na Comissão de Saúde, o ministro Manuel Pizarro disse que os constrangimentos registados no SNS para a realização de procedimentos relacionados com a interrupção voluntária da gravidez (IVG) são "casos pontuais" e não representam a realidade do país. Quanto às consultas de IVG nos centros de saúde, é processo para demorar "semanas ou meses", afirmou também Manuel Pizarro.
Vamos ao vespeiro? Vamos. Ao contrário do inglês, mais funcional, as línguas latinas necessitam de contorcionismos a rondar o absurdo para lidar com a pressão de quem entende que elas não são suficientemente inclusivas. O tema tem alicerces sérios e legítimos, por mais intragáveis que sejam todos os todes e amigues. Esta segunda-feira, Emmanuel Macron declarou a sua oposição ao uso da chamada linguagem inclusiva de género. A língua é um ser vivo criativo e permeável, que se deseja em adaptação perpétua, mas, sublinha o presidente francês, "nesta linguagem, o masculino é o neutro. Não precisamos adicionar pontos no meio das palavras, ou hífenes, ou qualquer coisa para torná-lo legível". A linguagem dá um certo jeito como ponte, como coisa comum, como detonador de fronteiras comunicacionais, não tanto como uma ultracodificação que se impõe pela força de autoinvestidos representantes do progresso e da razão moral.
Até 1 de novembro, a "Evasões" lembra alguns dos mais importantes cemitérios nacionais. Importantes pela história e pelas estórias, pela arquitetura e pelas personalidades que lá se encontram. Hoje é a vez do Cemitério da Lapa, no Porto, o mais antigo cemitério romântico português.
Já na "Notícias Magazine", sonha-se com um brinde ao sabor do uísque: em novembro, uma garrafa de Macallan Adami 1926, obra-prima escocesa, vai a leilão pelo valor base de 1,38 milhões de euros. Esqueça o gelo.