Roomie, que deverá chegar ao mercado até ao final do ano, usa inteligência artificial para complementar trabalho de profissionais.
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Chama-se Roomie e é o primeiro agente virtual (chatbox) português dedicado ao apoio psicológico. Foi criado por profissionais da plataforma de Saúde Mental RUMO, aproveitando as mais valias da inteligência artificial (IA), e deve chegar ao mercado ainda este ano.
A ideia desta nova ferramenta não é substituir o cuidado humano que psicólogos e psiquiatras podem providenciar a quem precisa de ajuda, mas sim aproveitar as vantagens das novas tecnologias para “complementar o trabalho dos profissionais”, adianta Francisco Valente Gonçalves, psicólogo clínico e diretor da RUMO, sublinhando que a sua equipa “investe muito nas questões éticas e limitações práticas e pragmáticas da utilização da ferramenta”. E, talvez, por ser uma ferramenta “anónima e confidencial”, permitir um “primeiro passo” de entrada nos serviços de saúde mental a pessoas que têm resistência ou a quem tem dificuldades de acesso, acrescenta.
Neste momento, o Roomie está em fase de testes controlados, sendo usada por profissionais da RUMO com os seus pacientes. Estes não precisam de instalar nenhum software, bastando apenas terem um dispositivo, como um telemóvel ou computador, com ligação à Internet, pois o acesso é feito online através de um link.
A ferramenta dispõe de três funções: permite aos pacientes falarem sobre algo em que estejam a pensar, auxiliando na estruturação de ideias para depois trabalharem numa consulta, saber mais sobre alguns assuntos/doenças e, ainda, ajudar a encontrar estratégias validadas para lidar com diversos problemas, seja um ataque de pânico que está iminente ou uma conversa difícil que se tem mesmo de ter com o patrão.
Espera-se que no final do ano o Roomie esteja disponível no mercado. Entretanto, a equipa está também a trabalhar em novas variantes, que podem vir a ser integradas na versão já existente ou dar origem a novos agentes virtuais. Uma das variantes, por exemplo, poderá ser um agente dedicado exclusivamente ao apoio a vítimas de violência. Outras poderão ser direcionadas para a capacitação de psicólogos em formação ou para o trabalho complementar do ato psicológico (um agente que funcione como mais um colega para ajudar os profissionais a pensarem sobre casos, contribuindo para os necessários mecanismos de intervisão e supervisão).