Jafumega: "Nunca ligámos à moda, ao que podia ter mais êxito"

José Nogueira, Luís Portugal e Mário Barreiros
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Jafumega, 45 anos de carreira, novo single a rolar, outro em preparação para ser lançado em maio do próximo ano, dois concertos na agenda. As aventuras do começo, a Ribeira e a Rua Escura, a intemporalidade das canções, a matéria-prima das músicas, o estilo pouco óbvio que se afirmou e que bateu, a resistência ao playback, o estado da arte, numa conversa solta com José Nogueira, Mário Barreiros e Luís Portugal. Com a banda à mesa de um estúdio, no Porto, numa tarde de chuva.
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Naquela altura, século passado, década de 1980, não havia telemóveis, não havia Internet, nem tudo era autoestrada. Não havia managers, não havia palcos ou sistemas de som prontinhos à espera, não havia estruturas organizadas à volta da música. Havia editoras, isso havia, quatro apenas. José Nogueira, multi-instrumentista, lembra-se desse tempo. "Nós é que tínhamos de fazer tudo, tínhamos de ser os nossos managers, carregávamos com as coisas às costas, montávamos tudo e mais alguma coisa, apanhávamos os palcos e as circunstâncias mais inacreditáveis." Palcos puxados por tratores, mais de seis horas de caminho para tocar em Bragança. "Era inacreditável, mas fazia-se."
