A vontade é forte e intensa, mas os olhos não fecham e a cama não é um lugar tranquilo. O corpo não descansa de noite e a cabeça ressente-se de dia. Na hora de conciliar o sono, o desejo não é uma ordem.
Corpo do artigo
Cama, luz apagada, corpo cansado, cabeça a pedir para desligar rapidamente, silêncio na casa. Voltas e mais voltas, vira para um lado e vira para o outro, barriga para cima, barriga para baixo, com almofada, sem almofada. Lençol para cima, lençol para baixo. Acende a luz, casa de banho, cama novamente. O sono não vem. A vontade de fechar os olhos e dormir é tão forte que se torna uma obsessão. Mais uma noite em branco, cabeça a mil, corpo de rastos, mente a stressar. O que se passa, afinal?
Ponto prévio: o sono não funciona como um interruptor. Inês Gomes de Almeida, psicóloga clínica com experiência em terapia cognitivo-comportamental para a insónia, explica o que acontece. "É importante reconhecer que existe uma continuidade entre a nossa mente e o corpo, incluindo no sono. Quando há uma obsessão presente, neste caso na hora de ir deitar, ou mesmo quando já se está deitado a tentar adormecer, pode ficar muito difícil distanciar e acalmar os pensamentos negativos em volta do sono."